A correção do perfil do solo e a escolha adequada da genética fizeram com que a fazenda Barcelona, do Grupo Gorgen, de Riachão das Neves/BA, dominasse a produção de soja.
A Região Nordeste possui uma excelente luminosidade, porém as temperaturas são elevadas e a oferta de água para as plantas durante o ciclo da cultura é muito variável, devido aos frequentes e prolongados veranicos que ocorrem, reduzindo a eficiência climática. Neste cenário, o recordista de produtividade de soja do Desafio de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), da Região Nordeste na safra 2021/2022 foi o Grupo Gorgen e seu consultor Ednei Antônio Fugalli.
A área recordista situa-se na fazenda Barcelona, município de Riachão das Neves/BA. Os campeões atingiram a produtividade de 114,32 sacas/hectare, com uma média produtividade no talhão de 95 sacas/hectare, enquanto a média do Grupo Gorgen foi de 83 sacas/hectare. Para isso, foi adotado um manejo de sistema de produção composto por quatro culturas: milho com braquiária, duas a três safras de algodão e uma safra de soja.
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Nos últimos cinco anos, o manejo do sistema produtivo baseou-se em uma escarificação a 30 centímetros de profundidade no final da safra anterior de soja para remover as camadas compactadas. No início da safra seguinte, é feita uma aplicação de duas toneladas de calcário e uma tonelada de gesso, incorporadas a 30 centímetros no solo.
Após esse preparo, foi feito o plantio do milho com braquiária. Esse consórcio é de grande eficiência para proteger o solo das altas temperaturas e reduzir a perda de água por evaporação. Ademais, as raízes da braquiária reduzem a compactação, melhorando a ciclagem de macro e micronutrientes, além de contribuírem para o armazenamento de água no solo. A biomassa gerada nesse sistema contribui para o equilíbrio da microbiota do solo, reduzindo a ocorrência de patógenos e de nematoides fitopatogênicos.
O resultado desse manejo proporcionou melhoria na estrutura do solo, que mostrou Índice de Qualidade Estrutural do Solo (IQES) de 5 e boa infiltração, suprindo as necessidades de água e nutrientes das plantas (Figura 1). Nas duas últimas safras anteriores à soja, foi plantado o algodão com a adubação de sistema, suprindo as demandas da soja na safra seguinte, sem necessidade de nova aplicação de fertilizante. A soja beneficia-se dos fertilizantes residuais das culturas anteriores. A partir daí, inicia-se um novo ciclo no sistema de produção.
Figura 1. Índice de Qualidade Estrutural do solo na área recordista de produtividade do Desafio CESB da Região Nordeste – safra 2021/2022
Genética e distribuição espacial
A produtividade da lavoura depende da genética e da distribuição espacial ou do arranjo de plantas. A população de plantas de cada variedade é recomendada pelo obtentor e pode ter pequenas variações a depender do ambiente de produção no qual ela está plantada. A área recordista foi semeada com a variedade Brasmax Olimpo IPRO, com mais de 92% de vigor e germinação. Essa cultivar tem grupo de maturação 8.0, hábito de crescimento indeterminado, peso de mil sementes com 171 gramas e alto potencial produtivo.
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Para a semeadura, os campeões trataram as sementes com uma perfeita combinação de fungicidas, inseticidas e micronutrientes com o objetivo de proteger contra os fitopatógenos do solo. Foi realizada a inoculação com bradyrhizobium, que tem a função de fornecer nitrogênio para a planta, e feita a co-inoculação com bactérias estimuladoras do desenvolvimento radicular e outros micro-organismos, para proteger e contribuir para um rápido crescimento de raízes e plântulas.
A semeadura foi feita na melhor época para a região, com o cuidado de cortar a palhada, abrir e preparar o leito do sulco e distribuir as sementes na profundidade ideal e com uniformidade, permitindo um bom arranjo de plantas. O resultado foi um estande uniforme, sem falhas e com 3,3% de plantas duplas (Figura 2).
O manejo de plantas daninhas foi feito com uso de herbicidas na dessecação da palhada existente, em pré-plantio e no pós plantio, deixando a área livre de competição com plantas voluntárias. O manejo fitossanitário foi com cuidadosas aplicações de inseticidas para controlar lagartas e percevejos sugadores de grãos. As doenças foliares foram controladas preventivamente com cinco aplicações de fungicidas durante o ciclo, mantendo-se as folhas livres de danos e funcionais para acúmulo de foto assimilados e, finalmente, a sua translocação para garantir o peso dos grãos. Com esse manejo, garantiu-se um ótimo arranjo de plantas, com uma média de 231 grãos por planta e 232 gramas no peso de mil grãos (Figura 3).
Retorno econômico
Ao longo da safra, os produtores monitoraram a lavoura e utilizaram os insumos quando preciso, evitando gastos desnecessários e garantindo a sustentabilidade do seu negócio. Tudo isso resultou na produtividade recorde para a região. No final da safra, ao finalizar os custos e receitas da área campeã, concluiu-se que para cada real investido o produtor teve o retorno R$ 3,9.
Os produtores buscam reduzir os desperdícios, com rentabilidade e, assim, elevar os patamares de produtividade, poluindo menos o meio ambiente e garantindo a segurança alimentar do Brasil e do mundo. O consultor recordista destacou que a diferença para obtenção do patamar produtivo foi a seguinte: “Clima, correção do perfil do solo, genética e manejo da lavoura, portanto, o básico bem feito”.
Campeão Nordeste
Produtor: Grupo Gorgen
Consultor: Ednei Antônio Fugalli
Produtividade: 114,32 sacas/ha
Localização: Riachão das Neves/BA
1 comentário
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