Em evento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na manhã de hoje, João Martins, presidente da entidade, fez duras críticas sobre o que chamou de “resultados negativos” deste e dos últimos governos nos campos tributário, administrativo e político. Segundo o dirigente, o descontrole fiscal e a má administração dos recursos públicos impediram o país de ser uma potência catalisadora de desenvolvimento e transformação social nas últimas décadas.
Citou também, durante abertura do evento da CNA, que discute a necessidade de implementação de reformas tributária, administrativa e política.
A crítica não foi direcionada especificamente ao atual governo. A entidade expôs números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro desde 2012, período em que a economia cresceu apenas 0,4%, bem abaixo da média mundial, de 3%.
“População desempregada e endividada”
“Como consequência, temos uma grande população desempregada, com baixo poder aquisitivo e endividada, o que enfraquece nosso mercado interno”, emendou. “Os resultados não são bons para o conjunto maior dos brasileiros”.
O dirigente defendeu uma reforma tributária ampla, boa não apenas para a agropecuária, mas para toda a população. Martins criticou o aumento da carga tributária e do endividamento público para cobrir os gastos do Estado.
“Esse descontrole das contas públicas não ocorreu por falta de carga tributária nem por falta de esforço do contribuinte brasileiro”, pontuou. “A CNA sempre fez documentos para serem entregues aos presidenciáveis, focados no que o setor precisava dos governos. Mas temos de olhar não só para o nosso setor, mas para o país como um todo”.
Segundo Martins, é desafio urgente levar adiante as reformas tributária e administrativa. “Nossa democracia está frágil na condução dos negócios do Estado. A entrega, no campo da administração, não está satisfatória”.
O primeiro painel do evento da CNA teve a participação da professora de Direito da FGV-SP, Tathiane Piscitelli, do professor da FGV-SP e ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, e do professor de Direito Financeiro da USP, Heleno Tavares. O tema em debate é a reforma tributária.
Fonte: Valor Econômico