“O Governo Bolsonaro ainda tem 60 dias e muita coisa pode acontecer.” Assim o diretor de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira avalia o resultado da eleição para o agronegócio.
Sobre o acesso a novos mercados, já que em diferentes oportunidades durante a campanha, Lula cobrou do presidente Jair Bolsonaro sobre suas relações diplomáticas, Gedeão afirma que “se forem abertos mais mercados, melhor”. Entretanto, conforme o dirigente, no atual governo houve grande avanço do agro brasileiro no mercado internacional. “O problema é que o presidente eleito entra em contradições quando fala em baixar o preço dos alimentos. O produtor tem custo, para fazer isso, ele (Lula) precisaria taxar exportações. É demagogia”, critica Gedeão Pereira, que também é presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o preço dos alimentos pode até baixar em um primeiro momento, pela lei da oferta e da demanda, mas o passo seguinte é o desabastecimento, já que o produtor não quer produzir sem competitividade.
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O dirigente destaca que um dos principais entraves a ser enfrentado pelo agronegócio no novo governo está no Ministério do Meio Ambiente. “Estamos muito preocupados com as questões ambientais.” Ele explica que a sustentabilidade é um tripé e que a parte ambiental é apenas uma parte, sendo necessário contemplar ainda a parte econômica e a social. “Não se pode privilegiar uma em detrimento de outra.”
A CNA já convocou reunião para a próxima terça-feira para avaliar os cenários com a eleição de Lula. O mesmo deve ocorrer ainda nesta semana dentro da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul.