Com expectativa de colher em torno de 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado), em uma área de aproximadamente 309 mil hectares, na última semana a região Oeste da Bahia deu início à colheita do algodão safra 2022/2023.
E com a ajuda do clima, o produtor do cerrado baiano espera alcançar boa qualidade de fibra e confirmar a projeção de produtividade da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), de 1.937 quilos de pluma por hectare, ou 315 arrobas de algodão em capulho.
O Oeste da Bahia concentra 97,8% da produção da commodity no estado, e os demais 2,2% a cargo da região Sudoeste.
As duas regiões somaram, neste ciclo, 312,5 mil hectares – 1,16% a mais que em 2021/2022 – e devem produzir cerca de 600 mil toneladas de algodão.
De acordo com o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, do ponto de vista agronômico, o ciclo pode ser considerado muito bom.
A colheita no Cerrado baiano começou, timidamente, na região da “Coaceral” (Companhia das Cooperativas Agrícolas do Estado da Bahia), no extremo-oeste do estado, e no núcleo conhecido como Rio de Pedras.
320 a 330 arrobas/hectare
Nas unidades produtivas do agricultor João Gorgen, o ritmo das cotton pickers ainda é lento, mas é embalado pela perspectiva de colher de 320 a 330 arrobas de pluma por hectare.
“Nesta safra tivemos alguns bolsões de falta de chuva, em cerca de 20% da nossa área de algodão, ainda assim teremos uma boa qualidade de fibra”, diz o cotonicultor.
Segundo ele, a qualidade tem ganhado cada vez mais peso entre as prioridades do grupo de que faz parte.
“Precisamos nos adequar às demandas do mercado, mesmo que, para isso, tenhamos que mesclar materiais menos produtivos, mas que resultem em melhor qualidade”, explicou.
Segundo a Abapa, a colheita no cerrado baiano deve engrenar por volta da segunda semana de junho. O processo é 100% mecanizado.
No Sudoeste, que planta mais cedo, o algodão começou a ser colhido no final de abril. Nesta região, caracterizada pela agricultura familiar, a colheita manual ainda é comum.
Fonte: Abapa