A semeadura da segunda safra do cereal ainda ocorre em alguns estados, como é o caso de Mato Grosso. Entretanto, em outras unidades da federação, os trabalhos voltados para a colheita da primeira safra se alinham no campo para começar. É o caso do Rio Grande do Sul, que no dia 21 de fevereiro será palco da Abertura Nacional da Colheita da Primeira Safra de Milho no Brasil, realizada pelo Projeto Mais Milho.
O país deverá colher nesta safra 2023/24 de milho um pouco mais de 117,6 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). O volume representa um recuo de 10,9% em relação ao resultado do ciclo recorde de 2022/23. Muitos são os desafios para a atual temporada, que tem o clima como principal vilão.
O presidente da Abramilho, Otávio Canesin, destaca a força do agro brasileiro diante do cenário atual. “A safra 2023/24, apesar de apresentar uma redução na produção em relação ao ciclo recorde anterior, ainda é significativa. Isso demonstra a resiliência e a capacidade de adaptação dos nossos agricultores diante dos desafios climáticos, que continuam sendo um dos principais obstáculos para nós.
No Rio Grande do Sul as projeções para a temporada são de uma produção de 5,38 milhões de toneladas, um crescimento de 44,2% em comparação a safra 2022/23, castigada pelo clima seco, quando foram colhidas apenas 3,73 milhões de toneladas.
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A abertura oficial da colheita do milho primeira safra será no município gaúcho de Ibirubá, no campo experimental da Vence Tudo.
Glauber Silveira, diretor-executivo da Abramilho, comenta que para o dia 21 de fevereiro estão sendo preparados dois painéis. O primeiro painel abordará os desafios da safra, diante de tamanhas frustrações e quebras tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil devido ao clima e ataque de pragas, falta de recursos e um seguro agrícola adequado, bem como os crescentes decretos de situação de emergência publicados em todo o país.
“A pergunta que se faz diante desse painel é ‘Quais seriam as soluções políticas de apoio ao produtor?’. De modo geral estamos com uma previsão de menor oferta de milho em 2024 e custos ainda muito altos. A nossa esperança é que diante dessa menor oferta os preços subam”, salienta Glauber Silveira.
No programa A Hora do Grão, a equipe fala sobre os números da safra brasileira e os caminhos dos preços da soja e do milho diante do cenário econômico brasileiro e mundial.