As Filipinas foram, em setembro, novamente o principal destino para a carne suína brasileira embarcada: 28,2 mil toneladas, volume 120,4% superior ao mesmo período do ano passado.
E setembro foi o segundo melhor desempenho histórico das exportações brasileiras do produto, com embarques de 120,4 mil toneladas, superado apenas por julho deste ano, com 138,3 mil toneladas.
A suinocultura do Rio Grande do Sul Rio Grande é a segunda maior exportadora, com 25,6 mil toneladas (queda de 7,1% ante setembro de 2023), atrás do Paraná, que enviou ao exterior 62 mil toneladas.
O desempenho das exportações gaúchas de carne suína, assim como as boas perspectivas do mercado internacional e também doméstico foram abordadas no programa A Granja na TV de quinta-feira, 10, na Ulbra TV, pelo diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul, Rogério Kerber.
“O Rio Grande do Sul realmente embarcou menos produtos no mês de setembro, mas isso não traduz o que ocorreu em relação à produção. Os abates do RS estão até superiores aos abates brasileiros na Inspeção Federal”, analisou.
Segundo ele, uma das explicações para os embarques menores em comparação ao mesmo período do ano passado foi a aquecida demanda doméstica.
“O mercado interno tem melhorado significativamente. Em determinados momentos teve preços melhores que alguns mercados a que temos acesso”, descreveu.
“Por outro lado, a China tem reduzido a importação de carne suína e, evidentemente, a produção tem sido direcionada para outros mercados que o RS ainda não tem acesso: Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, México, Canadá. E empresas que abatem aqui no RS atenderam a esses mercados com a produção de Santa Catarina, que é o estado tem acesso a esses mercados”, acrescentou outra razão das exportações gaúchas menores.
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Filipinas surpreende
Mas Kerber destacou o bom desempenho filipino.
“Este mercado que se abriu este ano e está sendo surpreendente, o desempenho das Filipinas, ao ponto de já ultrapassar o que é o grande mercado até então, a China. Se projeta que já ao final de 2024 passa a ser o grande mercado de destino de carne suína do Rio Grande do Sul”, comemorou.
Mercado interno
Kerber também destacou a relevância e o crescimento da demanda do mercado doméstico, que absorve 75% da produção nacional de carne suína.
“E o mercado interno está dando uma resposta muito positiva no presente momento com um nível de desemprego baixando, com a questão do poder aquisitivo melhorando, a economia brasileira resiliente e numa fase de recuperação”, comemorou.
“Nós no RS temos alguma dificuldade em razão da calamidade que se abateu sobre o estado, mas o Brasil como um todo está tendo uma resposta na economia e no nível de desemprego interessante”, lembrou.
“Por outro lado também temos que fazer a análise que as outras cadeias de proteínas, avicultura e carne bovina, têm tido um desempenho extraordinário no mercado internacional, e isso tem aberto a possibilidade da carne suína também de participar desse mercado ávido por proteína e que tem sido um momento bem favorável a todas as proteínas”, acrescentou.
“E o mercado nacional tem que ser considerado. É de um peso relevante e, certamente, está numa fase de recuperação da perda da dinâmica do mercado com a Covid-19 e etc. Se desenha um segundo semestre de 2024 auspicioso, e se projeta 2025 também em condições muito boas”.
Confira a entrevista completa abaixo, assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV, edição de quinta-feira, dia 10 de outubro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)