O crescimento do uso de bioinsumos fabricados pelos produtores em suas propriedades, os chamados produtos on farm, se tornou uma campanha da Associação Brasileira de Bioinsumos (Abbins), denominada “Eu confio no on farm”.
E o presidente da entidade, Reginaldo Minaré, detalhou no programa A Granja na TV de quarta-feira, 6, na Ulbra TV, o que esta iniciativa busca na agricultura brasileira.
Conforme ele, o produtor rural tem o direito de expadir na sua propriedade os inóculos que adquire de indústrias, os bancos de germoplasma, ou mesmo pelo resultado da coleta em sua propriedade, conhecida como “comunidade de microrganismo”.
Lei em discussão
“E nós estamos num momento extremamente importante, porque temos uma lei sendo discutida no Congresso Nacional. E essas forças estão atuando, tentando dificultar a vida do agricultor que produz o bioinsumo para uso próprio”, contou.
“Então a campanha que a Abbins lançou vem nesta linha de mostrar que é uma prática eficiente, segura e que já é adotada por milhares de agricultores no Brasil todo”.
Segundo o dirigente, a campanha busca dois alvos: o primeiro é o Congresso Nacional, e o segundo a grande imprensa e a sociedade de uma forma geral.
“Nessa campanha a gente busca elucidar, explicar o que é a produção on farm. E como carro-chefe desta campanha temos vários vídeos de agricultores que já de longa data estão produzindo os bioinsumos em suas propriedades”, descreveu.
“Nós consideramos que nada melhor que estes agricultores que estão produzindo os bioinsumos para uso próprio mostrem o seu espaço de produção e falem sobre os resultados que eles estão obtendo fazendo esta prática”, complementou.
“Então a campanha vem nessa direção e com este principal conteúdo, que é o testemunho, as informações dos próprios agricultores vão apresentar”.
Produto com padrão
Minaré destaca que a produção on farm também busca a elaboração de produtos com padrão de qualidade.
“Essa preocupação é legítima, mas não pode ser exacerbada para o campo do terrorismo que isso signifique uma situação de impedimento”, argumentou.
“É importante observar que não é só no Brasil que os agricultores produzem os seus bioinsumos para uso próprio”, acrescentou.
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Ele citou que agriculturas de países como a Áustria, Holanda, Estados Unidos, Inglaterra e Japão utilizam-se de bioinsumos on farm.
E, conforme o dirigente, na Áustria e em alguns locais nos Estados Unidos a produção on farm nem é regulamentada, mas apenas os produtos e os inóculos.
“Assim, os agricultores compram os inóculos para expandi-los, fazer a multiplicação”, disse.
“E essas empresas que fornecem os inóculos são as que orientam os agricultores como expandir, multiplicar, aqueles produtos”.
Portanto, descreveu Minaré, as indústrias fornecem os inóculos e os meios de cultura para os microrganismos se alimentarem por sete, oito, dez dias de multiplicação, e também cedem os contêineres para que o agricultor utilizar.
“Então, não é uma prática só no Brasil. Agora, o Brasil ganhou um certo ar de disputa comercial porque o mercado de agrotóxicos é bilionário. E o uso de bioinsumos acaba reduzindo um pouco esta fatia de faturamento”.
A entrevista completa, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro na edição de A Granja na TV de quarta-feira, dia 6 de novembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)