Menos 3.264 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. O saldo negativo refere-se ao terceiro trimestre de 2021. As informações integram o boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). O estudo foi elaborado pelos analistas Sérgio Leusin Júnior e Rodrigo Feix. Segundo ele, ao final do período, o agronegócio contava com 353.553 vínculos formais de emprego no Rio Grande do Sul.
Entretanto, no acumulado do ano – janeiro a setembro, o setor registrou saldo positivo de 16.774 empregos. O que representa uma alta em relação ao mesmo intervalo de 2.020 (+7.760 postos). Considerando o conjunto da economia gaúcha (mais 132.646 postos), o agronegócio foi responsável por 13% do saldo de empregos formais criados nos primeiros nove meses do ano.
Sazonalidade
Como tradicionalmente ocorre, o resultado é reflexo da sazonalidade da produção agrícola gaúcha e das atividades da indústria ligada ao segmento. No mesmo período de 2020 a redução foi de 1.137 empregos. O segundo e o terceiro trimestres são marcados pela desmobilização parcial da mão de obra temporária. Normalmente esta é admitida nos primeiros meses do ano para a safra de verão.
“Em 2021, refletindo a recuperação da produção agrícola, a contratação de trabalhadores por tempo determinado foi maior no primeiro trimestre. Consequentemente, isso gerou a maior perda de empregos nos últimos meses.” A análise é do economista Feix.
Rodrigo Feix
Considerando os três segmentos que constituem o agronegócio, “antes”, “dentro” e “depois” da porteira, a maior perda foi registrada no segmento “depois da porteira”, composto por atividades agroindustriais. O resultado é explicado principalmente pela dinâmica da indústria do fumo que registrou saldo negativo de 8.306 postos de trabalho entre julho e setembro.
O segmento “antes da porteira”, formado por atividades de fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos, teve saldo positivo de 1.807 postos, e o “dentro da porteira”, constituído pelas atividades agropecuárias, registrou criação de 702 empregos formais no período.