O evento climático drástico da enchente do Rio Grande do Sul teve uma contribuição importante para a queda de 2,3% do PIB da agropecuária brasileira no segundo trimestre ante o período imediatamente anterior, segundo o IBGE.
A avaliação é do gerente de Relações Institucionais do Ocergs (Organização das Cooperativas do RS), Tarcísio Minetto, ao programa A Granja na TV, veiculado pela Ulbra TV na sexta-feira, 6.
“O setor refletiu o que passamos aí neste segundo trimestre quando se faz a avaliação do PIB. Os eventos climáticos impactaram diretamente as atividades. Inclusive no setor de proteínas (suínos, frango, leite), por exemplo, no Vale do Taquari foi forte, e isso fez com que várias empresas e agroindústrias tiveram que parar”, avaliou.
“O evento climático inclusive não permitiu que fossem processados os produtos, que não fossem recolhidos produtos nas propriedades”, complementou.
Minetto ainda mencionou que a enchente de maio comprometeu a infraestrutura e logística da agropecuária, o que levou à queda do faturamento mensal de algumas empresas.
E a Metade Sul do estado teve um impacto de produção e produtividade nas lavouras de grãos que não tinham sido colhidas.
PIB estadual
Minetto lembrou que a queda do PIB é em âmbito nacional como um todo, sem que houvesse o detalhamento estadual ou regional.
Portanto, não há números sobre o PIB do agro gaúcho no segundo trimestre.
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“Mas eu acredito que o nosso (encolhimento do PIB) seja mais forte ainda, que contribuiu para esta queda dos 2,3%, porque este impacto foi muito relevante do ponto de vista da economia”, analisou.
Doença de Newcastle
Também foi algo negativo ao agro gaúcho durante o trimestre a descoberta do foco da Doença de Newcastle, em Anta Gorda, ainda que o foco já tenha sido solucionado, mencionou Minetto.
“O mercado da China ainda não abriu, que é bem interessante do ponto de vista das exportações. Isso impactou, sim. É claro que outros mercados já estão revisando, já retomaram os negócios, mas isso também tem reflexos”, ressaltou.
“E que bom que já temos encaminhado negócios para a retomada de vários países que são importadores”.
Insumos na Expointer
Na Expointer, apesar dos bons negócios em várias áreas, o segmento de insumos teve uma queda de faturamento de 57,67%, o que para o dirigente demonstra as dificuldades para os produtores gaúchos empreenderem a próxima safra de verão.
“Nesta pequena amostra refletiu a queda, deu uma visão da realidade do setor. O produtor está descapitalizado, aqueles que tinham gordura de anos anteriores, de momentos passados, conseguiram encaminhar a aquisição dos insumos”, contou.
“A dificuldade transpareceu e foi aflorada lá no resultado final da Expointer”, disse.
“A amostra indicou o cenário que vivemos”.
“Até porque o mercado de defensivos e insumos no Rio Grande do Sul é bem superior a R$ 15 bilhões em todas as áreas de produção”.
Para tanto, Minetto ressaltou a relevância do “alinhamento das entidades, das discussões, negociação com o governo do estado, Governo Federal buscando a alternativa da resolução”, se referindo à necessidade de maior celeridade de apoio Federal aos agropecuaritas gaúchos.
“E o setor está esperando para chegar rapidamente (o apoio) para recompor. Estamos no momento da produção… milho plantado, soja na janela dentro do zoneamento agrícola”.
“E a natureza não espera. O calendário não espera. Então, tem esta dificuldade dada as circunstâncias, o diferencial, para o Rio Grande do Sul”, advertiu.
Veja a entrevista completa no link abaixo. Assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV, edição de sexta-feira, dia 6 de setembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)