O mercado brasileiro de algodão esteve descolado da Bolsa de Nova York na semana passada.
Enquanto a pluma apresentou uma desvalorização lá fora, os preços internos continuaram firmes.
Isso ocorreu por conta de uma demanda que trabalha conforme necessidade.
E também com a preocupação em relação às chuvas nas regiões produtoras, que podem atrasar o plantio da safrinha da cultura.
No acumulado da semana, a pluma apresentava perdas de 4,3% na Bolsa de Nova York na manhã da sexta.
De um modo geral, o movimento nas praças de comercialização manteve um ritmo lento, com produtor dosando oferta.
Cotação no Brasil
O preço pago pela pluma na indústria de São Paulo girou em torno de R$ 5,35 por libra-peso.
Uma alta de 0,94% em relação ao dia anterior e ao mesmo momento de um mês atrás.
Já no ano passado, a indicação era de R$ 6,55 por libra-peso, uma queda de 18,32%.
Para o produto brasileiro posto no Fob exportação de Santos, houve uma alta de 1,33%. Foi cotado a 102,09 centavos por libra-peso.
O prêmio pago pelo algodão também subiu e ficou indicado a +17,83 centavos por libra-peso contra ICE US.
Na semana anterior estava +14,23 centavos por libra-peso.
Relatório do USDA
Na quinta-feira foi apresentado o relatório do USDA, que derrubou as cotações do algodão na Bolsa de Nova York.
O mercado doméstico desta vez seguiu o movimento de desvalorização.
Só não caiu na mesma proporção por conta da oferta que segue curta e necessidade de compra.
O valor do algodão em Rondonópolis/MT foi de R$ 5,17 por libra-peso.
No dia anterior estava R$ 5,22. E na semana anterior a R$ 5,11.
A indicação da pluma no polo industrial paulista sem ICMS chegou na casa de R$ 5,30/libra peso.
Uma queda de 0,93% em relação ao dia anterior, enquanto manteve a base comparado ao mesmo período do mês passado.
Já em relação à semana anterior, havia ganhos de 0,95%, (R$ 5,25).
Mas no acumulado de um ano, a queda foi forte (-21,13%), indicada a R$ 6,72 por libra-peso.
No fechamento da quinta, o algodão brasileiro ante ao contrato de maior liquidez (março/23) negociado em Nova York, encerrou cotado a um valor 25,27% superior, contra 21,2% superior do dia anterior.
E 17,20% superior da semana anterior.
Com isso a fibra colocada no Fob exportação de Santos terminou com ganhos de 0,67%.
Ou cotada a 102,77 centavos/libra-peso.
Produção americana
O USDA estimou a produção de algodão americano em 2023/23 em 14,68 milhões de fardos, ante 14,24 milhões no mês anterior.
A safra 2021/22 ficou em 17,52 milhões de fardos.
As exportações deverão ficar em 12 milhões de fardos em 2022/23, ante 12,25 milhões de fardos no mês anterior.
O consumo interno foi previsto em 2,2 milhões de fardos para 2022/23, mesmo valor no mês passado.
Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais norte-americanos foram previstos em 4,2 milhões de fardos para a temporada 2022/23, ante 3,5 milhões no mês anterior.
Na temporada 2021/22, foram 3,75 milhões de fardos.
Produção global
O USDA estimou a produção global de algodão em 115,4 milhões de fardos, ante 115,73 milhões no mês anterior.
Em 2021/22 ficou em 111,49 milhões de fardos.
As exportações mundiais foram estimadas em 41,66 milhões de fardos para 2022/23, ante 42,25 milhões no relatório anterior.
A estimativa para o consumo mundial é de 110,85 milhões de fardos, ante 111,7 milhões no mês anterior.
Os estoques finais foram projetados em 89,93 milhões de fardos, ante 89,56 milhões de fardos projetados no mês passado.
Na safra 2021/22, eram esperados 86,73 milhões de fardos.
Brasil, China, Paquistão e Índia
A expectativa é que a China colha 28 milhões de fardos na temporada 2022/23, mesmo nível do mês passado.
A produção do Paquistão para 2022/23 foi prevista em 3,7 milhões de fardos, mesmo valor do mês passado.
O Brasil tem a safra 2022/23 estimada em 13,3 milhões de fardos, ante 13 milhões de fardos no relatório anterior.
A produção indiana deve chegar a 26,5 milhões de fardos em 2022/23, ante 27,5 milhões de fardos em dezembro.
Os Estados Unidos deverão colher 14,68 milhões de fardos em 2022/23, ante 14,24 milhões de fardos no mês passado.
Fonte: Safras & Mercado