A comercialização do arroz operou em ritmo lento em janeiro.
Segundo o analista de Safras & Mercado Evandro Oliveira, os produtores se mantiveram distantes das negociações.
Eles deram preferência às operações dentro da porteira, o que reduziu a liquidez.
Os preços são pressionados por uma postura mais retraída por parte dos agentes, que aguardam melhores condições no mês de fevereiro para retornar às negociações. A fraqueza do dólar frente ao real também tem contribuído para este cenário, com o arrefecimento das vendas externas e o avanço das importações do cereal.
Evandro Oliveira, analista de Safras & Mercado
Conforme o último relatório de embarques dos portos brasileiros, os principais destinos do arroz em janeiro foram o México, a Colômbia e os Países Baixos.
Para fevereiro, ao menos 12,6 mil toneladas foram registradas para embarque ainda na primeira semana, com destino à Venezuela.
Segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações do produto beneficiado encerraram janeiro acima de 89 mil toneladas.
Começa a colheita
E a colheita já foi iniciada. Segundo a Conab, os trabalhos atingiam 0,8% da área até 28 de janeiro.
A expectativa é de que o ritmo acelere em meados de fevereiro.
Esse cenário contribui para a pressão baixista no mercado spot gaúcho.
Diante da preferência em negociar somente o produto depositado nas empresas e à concorrência com o cereal vindo do Mercosul, onde a colheita já está em andamento, este cenário já era previsto. Os compradores permanecem retraídos, escolhendo trabalhar apenas com os volumes já estocados. Já os vendedores, seguem com propostas firmes, tendo em vista a estimativa de baixa disponibilidade do arroz em casca e custos ainda mais elevados.
Evandro Oliveira, analista de Safras & Mercado
As indústrias seguem encontrando grande dificuldade nas negociações com as principais redes varejistas e atacadistas.
Poucas promoções nos mercados
Devido aos ligeiros ajustes nas gôndolas, poucas promoções são encontradas no momento e há pouco giro nas reposições.
Na expectativa de um avanço na demanda, as indústrias já se preparam para o início dos trabalhos de colheita em meados de fevereiro.
Entretanto, ainda há muita preocupação em relação à disponibilidade do cereal em virtude da falta de chuvas em algumas regiões do estado gaúcho.
Fonte: Safras & Mercado