O mercado interno de arroz manteve-se calmo na quinta-feira da semana passada e com preços predominantemente estáveis.
Embora as unidades beneficiadoras tenham adotado uma postura cautelosa em relação à compra de arroz em casca, a demanda externa pelo grão brasileiro tem sido um fator de sustentação para as cotações internas.
Evandro Oliveira, analista e consultor de Safras & Mercado
De acordo com o último relatório de embarques nos portos brasileiros, o line-up, havia cerca de 28,2 mil toneladas programadas para embarque ainda para junho, enquanto pelo menos 35 mil toneladas estavam agendadas para a primeira semana de julho.
Preços
A média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, fechou o dia 29 cotada a R$ 81,77, um recuo de 0,11% em relação à semana anterior.
Em comparação ao mesmo período do mês anterior, houve uma queda de 1,08%.
E um aumento de 10,40% quando comparado ao mesmo período de 2022.
A expectativa de menor disponibilidade do grão para o ano de 2023 começa a refletir nos preços, limitando as perdas recentes e possivelmente iniciando uma reversão de tendência.
Evandro Oliveira, analista e consultor de Safras & Mercado
Menos exportações
“Para este segundo semestre, espera-se uma redução no volume exportado e uma demanda interna menor em comparação com o histórico do setor”, frisa.
“No entanto, a redução na safra nacional deverá resultar em estoques mais baixos, o que pode ter um impacto positivo nos indicativos do arroz em casca”, acrescenta.
É importante ressaltar que ainda existem comportamentos regionais distintos, o que tem causado grande disparidade nos valores de compra e venda.
“Essas variações estão sendo influenciadas pela disponibilidade do produto e pela necessidade da ponta compradora”, explica Oliveira.
Os orizicultores estão aguardando novas oportunidades de vendas externas, buscando maior liquidez e escoamento do cereal, o que pode resultar em uma melhor remuneração pelo seu produto.
“Por outro lado, as indústrias demonstram pouco interesse em adquirir mais matéria-prima, pois estão bem abastecidas e trabalhando com estoques disponíveis, buscando oportunidades no mercado varejista”, avalia.
Fonte: Safras & Mercado