A Bahia tem sido alvo de retomada das invasões do Movimento dos Sem Terra desde novembro do ano passado. Desta vez foram três áreas da Suzano Papel e Celulose, em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. Mais de 1,5 mil invasores participam da ação, que começou na madrugada do dia 27. As áreas são todas produtivas, com a produção de eucalipto e geram, conforme a empresa, mais de sete mil empregos diretos e 20 mil indiretos no Sul do estado.
A nota, publicada no site do movimento exige pagamento dos passivos ambientais. “Nós do MST, cientes de nossa missão de luta pela Reforma Agrária Popular e pela justiça social, viemos reafirmar nossa luta contra os desmandos da Empresa Suzano Papel e Celulose em nosso território, e exigimos que arquem com os graves passivos ambientais, sociais e econômicos que são gerados anualmente na região.”
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse à imprensa na manhã desta sexta-feira que já entrou em contato com a liderança do movimento para a desocupação dos locais. Em troca, já agendou para a próxima quarta-feira uma reunião no gabinete do MDA para tratar sobre o cumprimento de um acordo sobre questões ambientais, que estaria sendo descumprido, conforme o movimento, pela empresa.
Enquanto isso, a justiça da Bahia vem concedendo liminares para a desocupação das áreas, porém a movimentação de retirada ainda não começou.
Nas redes sociais, muitos estão lembrando que o presidente da Suzano assuntou a “Carta pela Democracia”. O documento “em Defesa do Estado Democrático de Direito, que pede respeito ao processo eleitoral, à separação dos Poderes e ao Estado Democrático de Direito”, circulou no ano passado e angariou mais de um milhão de assinaturas.
Em seu perfil no Twitter, o senador gaúcho e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão, classificou o ato como crime, e pede providências.
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