O produtor brasileiro precisa de políticas públicas relacionadas à irrigação. A afirmação é do presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Abimaq, Eduardo Navarro. A Associação Brasileira a Indústria Máquinas e Equipamentos realizou nesta quarta-feira, a divulgação de Indicadores Conjunturais de Setembro.
O segmento de irrigação tem indicativo de queda em 2023, embora seja um dos maiores potenciais para crescimento do país. Em 2022, o aumento foi de quase 22%, superando 400 mil hectares irrigados, quase 90% custeados pelo próprio produtor. Entretanto, o desafio, além da questão do financiamento, é a regulamentação da reservação da água para uso agrícola. “No Brasil, usamos apenas 5% da água da chuva. O restante vai para os oceanos”, afirma Navarro. Ele explica que a irrigação representa a proteção da produtividade: “ela não aumenta, mas preserva o potencial produtivo das lavouras”, destaca.
Navarro pontua ainda que políticas públicas são necessárias para o segmento e que essa definição chega a ser uma questão de segurança alimentar. A cada safra que passa há um aumento da necessidade de irrigação, pois vem, segundo o dirigente, as chuvas vem ficando cada vez mais irregulares. “O próprio Mato Grosso, que tinha um regime de chuvas estável, não tem mais. Já temos atraso no plantio por falta de condições ideais, veranicos em janeiro e fevereiro, e o Sul vindo de secas prolongadas”, lamenta.
“A irrigação, no momento em que é implantada, consegue agregar acima de 2 dígitos de produtividade.”
Conforme Navarro, o diálogo com o Governo Federal é constante e a Abimaq, juntamente com a Rede Nacional de Agricultura Irrigada vêm propondo debates e promovendo conversas também com os governos estaduais para alinhar o assunto. “Temos expectativa de avanços”, afirma.
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Agosto com números positivos
O mês de agosto fechou com alta de 18,2% em relação ao mês anterior. Entretanto, o desempenho ainda é negativo se for considerado o acumulado do ano versus o mesmo período do ano passado. Conforme a Abimaq, a alta do mês anula parte desta queda acumulada.
Nas exportações, considerando o mesmo período de 2022, houve crescimento de 18,1% em dólares ou 9,3% em Reais, que passaram a representar 24,2% da receita total do setor. Isso significa que as vendas externas passaram a ter um peso maior na média das vendas do setor. Em média, de janeiro a agosto de 2022 , as exportações representavam 20,2% da receita líquida total de máquinas e equipamentos.
Primavera: chuvas no Sul e altas temperaturas
E por falar em mudanças no regime de chuvas, no programa A Hora do Grão, a meteorologista Cátia Valente fala sobre como vai ser a primavera no país. O analista de mercado Ruan Sene pontua que na região do triângulo mineiro já existe o temor de escaldadura das sementes pelo excesso de temperatura.