Após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, caminhoneiros nacionalistas fecharam trechos de rodovias em pelo menos onze estados e no Distrito Federal para contestar o resultado das eleições. Segundo um balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) nesta manhã, há 70 bloqueios registrados em:
- Rio Grande no Sul;
- Santa Catarina;
- Paraná;
- Minas Gerais;
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Mato Grosso;
- Mato Grosso do Sul;
- Rondônia;
- Pará;
- Goiás;
- Distrito Federal.
Vídeos compartilhados nas redes sociais e informações oficiais das concessionárias das estradas apontam a ação dos manifestantes logo após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alguns motoristas usaram seus próprios caminhões de carga para bloquear as vias. Em outros lugares, pneus também foram queimados.
Dutra bloqueada.
A Via Dutra foi fechada nos dois sentidos na manhã de segunda. A via é a principal ligação rodoviária entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram interdições na BR-116, altura de Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro. O UOL confirmou a informação com a CCR RioSP, que administra a rodovia.
Também no Rio de Janeiro, houve bloqueio na altura da BR-101 na altura de Campos dos Goytacazes, mas o fluxo de veículos foi normalizado posteriormente.
Deputado que representa a categoria reconhece vitória de Lula. Em nota, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, informou que não existe qualquer manifestação organizada.
“A categoria reconhece o resultado das eleições realizada no dia de hoje que é fruto da democracia que inclusive essas categoria defendeu em 7 de setembro de 2021 quando as instituições e o estado de direito foram severamente atacadas.”.
Em São Paulo, bloqueio no interior do estado. A concessionária Triunfo Transbrasiliana confirmou, nas redes sociais, que há tráfego interditado na BR-153 na altura de São José do Rio Preto “devido à manifestação”.
Bloqueios em Mato Grosso em pelo menos quatro trechos da BR-163. Segundo informações de 7h45 desta segunda-feira da assessoria de imprensa da concessionária Rota do Oeste, responsável por administrar a rodovia, são eles:
- Sinop, km 835, sentido sul e norte
- Sorriso, km 746, sul e norte
- Lucas do Rio Verde, km 691, sentido sul e norte
- Nova Mutum, km 594, sentido sul e norte
Também há interdições em:
- Cuiabá, km 395 da BR-364, sentido sul e norte
- Várzea Grande, km 524 da BR-070, Trevo do Lagarto, sentido sul e norte
Em Cuiabá, a Rota do Oeste diz que colocaram fogo em um veículo que estava no acostamento. Houve um bloqueio também em Rondonópolis, km 119 da BR-163, mas o local foi liberado.
“A concessionária segue acompanhando, sem interferência, as manifestações com foco na segurança viária. As equipes operacionais da Rota do Oeste estão sinalizando o final da fila, como forma de evitar acidente”, diz a administradora.
A concessionária diz ter sido acionada pela primeira vez às 18h50, ou seja, seis minutos depois da virada de Lula sobre Bolsonaro na contagem dos votos.
Em Goiás, há pelo menos quatro pontos de bloqueio. A concessionária Via 040, que opera a rodovia BR-040 entre Brasília, Goiás e Minas Gerais, divulgou informações sobre os locais com manifestantes:
- BR-040, km 19, Luiziânia; interdição total no sentido RJ e DF
- BR-040, km 94, Cristalina; interdição total no sentido RJ e DF.
A concessionária Triunfo Concebra também informou a ocorrência de manifestações.
- BR-153/GO, km 703, em Itumbiara; congestionamento de 7 quilômetros sentido sul e 8 quilômetros sentido norte
- BR-060/GO, km 101, em Anápolis; congestionamento de 8,5 quilômetros em ambos os sentidos
Rodovias bloqueadas em Santa Catarina. Apoiadores de Bolsonaro também bloquearam a BR-101 na altura de Palhoça (25 km de Florianópolis), em frente a uma loja da Havan, do empresário Luciano Hang, notório apoiador de Bolsonaro.
São 18 pontos de interdição no momento. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) diz que negocia a liberação da rodovia “de forma pacífica”.
- BR 101, km 06, (Garuva): Sentido Sul interdita.
- BR 101, km 25, (Joinville): Ambos os sentidos
- BR 101, km 116, (Itajaí): Sentido Sul
- BR 101, km 215, (Palhoça): Ambos sentidos
- BR 101, km 282, (Imbituba): Ambos sentidos
- BR 101, km 340, (Tubarão) Ambos sentidos
- BR 101, km 379, (Içara – acesso Içara/Rincão) Ambos sentidos
- BR 101, km 401, (Maracajá) ambos sentido
- BR 101, km 445, (Santa Rosa do sul) Ambos sentidos
- BR 116, km 7, (Mafra) Ambos sentidos
- BR 153 km 97, (Trevo Irani) Parcial, ambos sentidos
- BR-280 km 55, (Guaramirim) ambos os sentidos
- BR 280 km 120, (Rio Negrinho)
- BR 280 km 231, (Trevo Canoinhas) Ambos sentidos
- BR 282 km trevo Joaçaba/Capinzal, (Joaçaba)
- BR 470, km 139 (Rio do Sul) Ambos sentidos
- BR 470, km 57, (Pomerode) Ambos sentidos
- BR 470, km 67, (Indaial) Ambos sentidos
A concessionária da estrada, Arteris Litoral Sul, informou ontem à noite que há uma fila de dois quilômetros no sentido de Porto Alegre, e que não há previsão de liberação da pista.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram uma van atravessada na estrada e manifestantes agitando bandeiras do Brasil. “Não vamos aceitar [o resultado]”, diz um manifestante em uma das gravações.
Bloqueios no Rio Grande do Sul. Manifestantes bloqueiam as seguintes vias:
- BR 116, km 44, em Vacaria, com bloqueio total
- BR 470, km 225, em Garibaldi, com bloqueio parcial
- BR 153, km 53, Erechim, com bloqueio total, mas liberando de 15 em 15 minutos
- BR 285, km 564, em São Luiz Gonzaga, com bloqueio no trevo de acesso secundário à cidade
- BR 386, km 435, em Nova Santa Rita, manifestantes bloquearam o sentido crescente (em averiguação)
Há três pontos de interdição no Pará, segundo informações oficiais desta manhã.
- BR-163, km 986, em Santarém.
- BR-163, km 310, em Novo Progresso.
- BR-010, km 14, em Dom Eliseu.
Pedido de golpe
Em uma das gravações à qual o UOL teve acesso, um dos supostos líderes da manifestação diz, em tom de ameaça, que todos os caminhoneiros só sairão das ruas quando o Exército tomar o poder.
“Eu estou com lideranças do Brasil inteiro. São 256 pessoas. Travou o Brasil. Travou. Não podemos liberar. [São] 72 horas para o Exército tomar conta. Se nós precisar (sic) ficar além das 72 horas… travou, não libera nada. Joinviille, Criciúma, São Paulo, Rio de Janeiro…geral. Deu, acabou. Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e dizer: ‘vocês não podem pedir intervenção militar ou qualquer coisa’. Nós só saímos das ruas na hora em que o Exército tomar o país.”
Manifestante, em vídeo
“Nós não vamos aceitar essa roubalheira, não”, disse outro manifestante, em uma gravação nas redes sociais.
Zambelli incentiva caminhoneiros
À 1h35, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das aliadas mais próximas ao presidente Jair Bolsonaro, parabenizou os motoristas pela ação nas estradas.
“Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam.”
Carla Zambelli, nas redes sociais
Fonte: UOL
1 comentário
Isso não é patriotismo!!!! Nunca foi. Estão impedindo a economia de fluir sua riqueza e estão transtornado a saúde de pessoas hospitalizadas e abastecimento. Aceitem a democracia! A maioria decidiu. Aceitem.