Coluna Agricultura 4.0, escrita pelo graduado em ciência da computação, mestre e doutor em Engenharia Mecânica, professor e coordenador do curso superior de Tecnologia em Big Data no Agronegócio da FATEC Shunji Nishimura, Luiz Tobler Garcia.
O tema ChatGPT vem causando alvoroço e dúvidas na maioria das pessoas, incluindo os profissionais do agronegócio. Mas, ao longo deste artigo, vou explicar os fundamentos, o funcionamento e os impactos que essa tecnologia trará para a sociedade e, em especial, para o mundo do agronegócio.
Para compreender o que é o ChatGPT, é importante citar o OpenAI, um laboratório americano de pesquisa em inteligência artificial, mantido por diversos investidores, incluindo o famoso empresário Elon Musk, cujo objetivo é conduzir pesquisas sobre Inteligência Artificial e promover o desenvolvimento desta área.
O momento para a elaboração deste artigo não poderia ser melhor, uma vez que entre os algoritmos usados para o funcionamento do ChatGPT estão os algoritmos para o processamento de linguagem natural (PLN), já previstos para serem abordados nesta coluna e que são algoritmos capazes de interpretar e interagir através das diversas formas de linguagem natural, a fim de permitir que sistemas computacionais se comuniquem com seres humanos de forma eficiente.
“Esta ferramenta otimizou – de forma gigantesca – a busca por informações e conhecimentos que estão disponíveis na sociedade. É como estar conversando com um especialista que domina todas as áreas humanas de conhecimento“
Mas, afinal, o que é o ChatGPT? O nome ChatGPT vem da sigla inglesa, para as palavras Chat Generative Pre-trained Transformer que, traduzindo para o português, significam, Transformador Pré-treinado Generativo de Bate-papo. Em outras palavras, essa ferramenta, lançada em novembro de 2022, é um protótipo de um Chatbot, que usa inteligência artificial para aprimorar o diálogo entre o ser humano e a máquina.
O Chatbot utiliza um algoritmo de processamento de linguagem natural, ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e aprendizado por reforço, que acessa um grande conjunto de dados para aprender e, assim, gerar respostas em texto para uma determinada pergunta. Sendo, dessa forma, capaz de reproduzir conversas naturais e fluidas entre humanos e máquina, ajudando, portanto, a melhorar os resultados obtidos através desse tipo de comunicação e interação.
Embora a função principal da tecnologia seja imitar um humano em uma conversa, o ChatGPT vai além disso, podendo escrever ou até mesmo testar programas de computador, compor músicas, poesias e roteiros de filmes, escrever livros, simular um bate-papo ou qualquer outro tipo de ação que dependa exclusivamente da comunicação textual entre o ser humano e a máquina. É possível dizer que o limite dessa tecnologia está na criatividade humana em buscar por novas formas de uso, uma vez que algumas das aplicações que estão sendo descobertas estão associadas à busca por novas maneiras de interação com a ferramenta.
O seu treinamento, como dito anteriormente, é baseado em um grande volume de dados, que inclui uma ampla variedade de livros de diferentes gêneros, incluindo ficção, não-ficção, científicos, técnicos, dentre outros, artigos e textos encontrados na internet, como notícias, artigos de opinião, blogs e outros tipos de conteúdo e até mesmo as redes sociais, como o Twitter. Vale ressaltar, entretanto, que mesmo os diálogos com seres humanos proporcionam aprendizado para o algoritmo, permitindo, assim, gerar respostas mais naturais e fluentes em conversas no futuro.
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Olhando para essa fabulosa ferramenta, percebemos que as pesquisas que fazemos nas ferramentas de busca ficaram ultrapassadas. Com um pouco de criatividade, é possível alcançar respostas claras e orientações bem definidas para perguntas complexas ou mesmo obter conteúdos que seriam gerados apenas por professores, advogados, programadores, pesquisadores, escritores ou engenheiros agrônomos no exercício de suas profissões.
Como exemplo, perguntando ao ChatGPT, “Quais as principais pragas da soja na região de Londrina?”, obtemos como resposta informações que incluem a lagarta-da-soja, a ferrugem-asiática, o percevejo-marrom, a mosca-branca, a broca-do-colo e o ácaro-rajado. Porém, se continuarmos perguntando, “entre as pragas citadas, qual promove os maiores prejuízos para a produção de soja?”, obtemos como a resposta que a lagarta-da-soja é considerada uma das pragas mais prejudiciais para este tipo de produção agrícola.
Percebe-se que o ser humano não precisa mais de todo esforço aplicado no passado para a identificação de conteúdos relevantes que atendam aos mais diversos segmentos. Ou seja, essa ferramenta otimizou – de forma gigantesca – a busca por informações e conhecimentos que estão disponíveis na sociedade. É como estar conversando com um especialista que domina todas as áreas humanas de conhecimento. Finalizo este artigo, agradecendo a todos que me acompanham, fornecendo orientações aos leitores para o uso desta ferramenta. Ela pode ser acessada pelo endereço https://chat.openai.com/, no qual será necessário o registro de acesso, através da criação de um usuário e senha. A partir disso, será disponibilizado um painel semelhante a um bate papo comum. Mas lembre-se de que, do outro lado, você encontrará um algoritmo simulando o comportamento humano.