Na semana passada houve deterioração das condições das plantações de soja dos Estados Unidos, evidenciando impactos do clima quente e seco.
Mas com o clima mais ameno e algumas chuvas, o volume do rio Mississipi parou de diminuir, o que trouxe suporte para os preços de frete.
E no Marrocos, onde está a maior reserva de fosfato do mundo, o terremoto trouxe risco de abastecimento de fertilizantes para a safra brasileira que está começando.
Dólar sobe
A semana passada foi mais parada em função de feriado no Brasil e nos Estados Unidos, o dólar fechou em leve alta de 0,8%, seguindo a aversão global ao risco e expectativas sobre a taxa de juros.
Em Chicago, o contrato de soja com vencimento para setembro/23 finalizou a semana com desvalorização, cotado a US$ 13,49 o bushel (-0,44%).
E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a US$ 13,85 o bushel (-0,07%).
Diante desse cenário, a soja brasileira apresentou leve desvalorização em relação à semana anterior na maior parte das regiões.
Nesta semana ocorre a abertura da janela de plantio. O Paraná abriu para plantio de soja dia 11, segunda-feira, enquanto Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo também terão janelas abertas essa semana, dia 16.
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Clima para o plantio brasileiro
Com a janela de plantio se aproximando, o clima se reforça como o centro das atenções.
No Paraná a previsão para sete dias varia entre 45 a 70 mm de chuva.
Precipitação para as novas lavouras, as chuvas levantam preocupações sobre o tempo de espera no porto de Paranaguá/PR.
Produção americana
E nesta semana será divulgado relatório de oferta e demanda pelo USDA, nesta terça, dia 12, com números sobre a dimensão da safra americana.
O último relatório trouxe uma expectativa de produção de 114,44 milhões de toneladas, que provavelmente será reduzida, em função da redução das lavouras em condições boas e excelentes de 58% para 53% em relatório divulgado na semana passada.
O mercado espera redução de até 1,3 milhão de toneladas.
Na contramão desse cenário, a melhora do clima na região do cinturão pode beneficiar as lavouras e trazer boas perspectivas no futuro.
Efeito China
Já a moeda chinesa atinge seu patamar mais baixo em relação ao dólar desde novembro de 2022.
Sem entrar no mérito das causas dessa derrocada, se o yuan continuar nesse ritmo de desvalorização, a China, que ainda não está toda coberta para seu volume de soja, terá problemas para originar tanto no Brasil quanto nos EUA.
Esse cenário surge em meio a ótimas expectativas de exportação. Segundo estimativas da Anec, para este mês são esperados números significativos de exportação, na ordem de 7,3 milhões de toneladas de soja.
Alta do petróleo
E o petróleo do Brent, negociado na bolsa de Nova York, atingiu o patamar de US$ 90 dólares/barril.
Para um banco central americano (FED), que vem lutando contra a inflação, uma alta dessa magnitude em um ativo que está presente na base de toda a cadeia produtiva é de se preocupar.
O petróleo é inflacionário e isso poderá afetar as futuras decisões sobre a taxa de juros americana.
Diante das incertezas globais, aversão a risco e na iminente decisão sobre a taxa de juros americana que ocorrerá na próxima semana, lembrando que pressionada pela alta do petróleo, o dólar poderá ter uma semana de valorização frente ao real.
Diante dos fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva, o mercado físico brasileiro poderá seguir a mesma tendência, porém com os futuros sofrendo pressão de baixa.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br