O primeiro trimestre de 2023 foi desastroso para a economia brasileira, segundo revelam os dados do IBOVESPA, que teve uma queda acumulada em 5,49%. Para se ter uma ideia, esse é o pior começo de ano desde 2020, quando estourou no Brasil a crise da Covid-19. E mais: esse foi, também, o quarto pior início de ano para a economia brasileira desde a criação do Plano Real, em 1995 – portanto há quase três décadas. Mas a que se deve essa terrível perda de valor da moeda brasileira?
Problemas internos
Em primeiro lugar, às ações perpetradas pelo grupo político que ocupa o Planalto desde 1º de janeiro deste ano. As falas de Lula contra as privatizações de empresas ineficientes e onerosas ao bolso do contribuinte brasileiro, as críticas à autonomia do Banco Central, os ataques contra o teto de gastos (que já vinham ocorrendo desde o final do segundo turno das eleições presidenciais), a indefinição do arcabouço fiscal, as promessas de novos impostos sobre todos que desejarem prosperar no Brasil e as declarações no sentido de reestatizar a Eletrobras são o grande símbolo do freio ao crescimento econômico que o país vinha experimentando na gestão Bolsonaro após o fim da pandemia de Covid-19, ainda que em meio à guerra na Europa. E ainda tem mais.
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Problemas externos
Somando-se às ações do Partido dos Trabalhadores (PT) que vêm destruindo o caminho do progresso no qual o Brasil se encontrava até o ano passado, ainda há dois fatores externos que contribuem para jogar ainda mais em direção ao abismo a economia do país. São eles: a elevada taxa de juros na Europa imposta pelo Banco Central Europeu (BCE) na tentativa de frear a galopante inflação que têm assolado os países-membros da União Europeia em consequência da diminuição na oferta de gás após as sanções impostas por eles próprios contra a Rússia; e a terrível recessão que os EUA têm enfrentado, consequência da maior inflação dos últimos 42 anos no país, fruto, principalmente, das políticas de lockdown impostas pela gestão Democrata do presidente Joe Biden e por seu governo ter impresso tanto dinheiro para injetar artificialmente na economia americana que o papel-moeda em circulação se desvalorizou a níveis praticamente inimagináveis em uma sociedade de livre mercado e com a democracia, supostamente, mais sólida do mundo.
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Faz-se válido notar, porém, que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou esses mesmos desafios enquanto esteve à frente do Palácio do Planalto. Todavia, diferentemente daqueles que atualmente ocupam o executivo, Bolsonaro, assistido pelo doutor em Economia pela Universidade de Chicago, o ex-ministro Paulo Guedes, não apenas soube contornar as adversidades do cenário internacional como, também, fez do Real a moeda que mais se valorizou no mundo em 2022, tendo um ganho de valor de 19,4%, segundo a Bloomberg, conceituada empresa de informações financeiras, sediada em Nova York. E ainda conseguiu fazer com que a inflação brasileira fechasse o ano abaixo das inflações na Zona do Euro e nos EUA.