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Home»Agricultura»Em artigo, Xico Graziano alerta sobre farsa do arroz orgânico do MST
Agricultura Atualização:17/01/2023

Em artigo, Xico Graziano alerta sobre farsa do arroz orgânico do MST

Thais D'AvilaPublicado por Thais D'Avila17/01/2023Atualização:17/01/20236 Comentários5 Min de Leitura
Arroz produzido em assentamento Foto: Leandro Molina/site do MST

Xico Graziano é engenheiro agrônomo, mestre em economia agrária e doutor em administração. Foi professor da Unesp Jaboticabal e é professor de MBA na FGV. Já foi deputado e integrou o governo de São Paulo.

É autor, juntamente com Décio GAzzoni e Maria Thereza Pedroso do livro “Agricultura: Fatos e Mitos: Fundamentos Para um Debate Racional Sobre o Agro Brasileiro”. No texto abaixo, explica como o modelo adotado pelos assentados para a produção do arroz orgânico trata-se de um sistema pouco produtivo e não contribuiu para a evolução dos produtores. Confira a íntegra do texto abaixo.

SOBRE O ARROZ ORGÂNICO DO MST


Cuidado com a narrativa sobre o êxito do arroz orgânico do MST. Essa história esconde uma farsa. Começa em 1998, quando o Incra desapropria uma imensa área de várzea no município de Viamão, próximo a Porto Alegre (RS). Por conta da riqueza dos recursos hídricos, era uma Área de Proteção Ambiental (APA).


Pressionado pelo Ministério Público, que temia a contaminação ambiental da região, o Incra formulou um projeto de assentamento rural limitado à agricultura orgânica. Foram selecionadas 376 famílias. Demora quase uma década para tudo funcionar. Investimentos públicos do governo federal (R$ 3 milhões, na época) criam a estrutura de irrigação e, principalmente, a indústria de beneficiamento de arroz. A Embrapa é chamada a dar apoio técnico. O MST assume o controle total do empreendimento, através de seus braços operacionais e políticos: a Cootap (Cooperativa regional, que beneficia o arroz), a Coperav (Cooperativa local) e a Aafise (Associação de produtores).

Entra no processo a Conab, empresa do Ministério da Agricultura, e começa a comprar parte da produção, dando-a “destinação social”. O ciclo estava fechado. A partir de então, uns 10 anos atrás, o MST turbinou o marketing de seu arroz orgânico. Tudo funciona como num soviete, um modelo socialista tupiniquim. A “assembleia” decide o que fazer, as cooperativas fornecem os insumos (sementes, adubos, etc), o governo ajuda a escoar a produção. O financiamento público vem do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Doutor em Desenvolvimento Rural, Paulo Mello, agrônomo o Incra, realizou em 2017 uma pesquisa de campo, com questionários, para verificar a evolução dos produtores orgânicos. Eram cerca de 150 famílias em vários assentamentos.

Publicada em 2019, sob o título “Organic rice in the settlements of Rio Grande do Sul: A broken artifact” (íntegra – 244 KB), a pesquisa concluiu que houve empobrecimento dos assentados e aumento do clientelismo agrário. Destaco 3 resultados técnico-econômicos da pesquisa:

1- A produtividade média das lavouras orgânicas de arroz se situava 44,7% abaixo da média da rizicultura estadual, enquanto o preço ao produtor estava 15% acima do mercado convencional;
2- Os custos médios de produção foram de R$ 3.279/hectare para o cultivo orgânico e de R$ 4.492/hectare para o cultivo convencional;
3- A rentabilidade média era de R$ 231/hectare para o sistema do arroz orgânico e de R$ 1.418/hectare para o do arroz convencional.

Afora a baixa produtividade das lavouras, Paulo Mello aponta que a remuneração das cooperativas e da associação, com variadas taxas, reduz a rentabilidade do negócio. Entre tais custos, existe –pasmem– uma comissão financeira paga ao MST, equivalente a 1 saca de arroz por lote plantado.


Sim. O MST cobra um “pedágio político” dos seus produtores de arroz orgânico

Obrigatória, a certificação orgânica tem a chancela da empresa suíça IMO (Ecological Market Institute) mas, na prática, é realizada pela Coceargs (Cooperativa Central do MST). Conforme atesta uma assentada: “IMO is a franchise, who certifies even is COCEARGS” [“IMO é uma franquia, quem certifica é o Coceargs”]. Arremata Paulo Mello: “For her it would be the ‘fox taking care of the chicken coop’.” (pg 114) [“Para ela, seria como a ‘raposa cuidando do galinheiro’”].

A verdade, desnudada oficialmente pelo Incra, mostra que o arroz orgânico do MST se origina de um projeto paraestatal de baixa produtividade e elevado custo. Um coletivismo forçado, a subordinação no campo, em nome da agroecologia.
A partir de 2017, o governo de Michel Temer suspendeu as (suspeitas) compras públicas da Conab. Ao perder o privilégio estatal, o arroz orgânico Terra Livre/MST teve que disputar o mercado, como qualquer produtor rural. Aí trombou com a realidade.

Qual a situação atual?

Na última safra, a produção orgânica de arroz do MST estava estimada em 15 mil toneladas, representando 0,12% da produção brasileira de arroz. A produtividade média era de 4.700 kg/ha, contra a média gaúcha de 9.300 kg/ha. (Os dados são do próprio MST. O Instituto Riograndense do Arroz/Irga, aliás, poderia fornecer dados mais precisos sobre o assunto, pois parece esconder suas informações).
Com o retorno do PT ao poder, certamente será turbinada a farsa produtiva do MST. Transferida ao recém-criado Ministério de Desenvolvimento Agrário, a Conab deve voltar a bancar os projetos “agroecológicos” e quetais. O argumento será o de combater a fome e promover a agricultura familiar.

Eu não tenho nada contra a produção orgânica, de arroz ou qualquer alimento. Pelo contrário. Julgo-a um sistema exitoso, que se expande mundialmente atendendo a demanda de um nicho formado por consumidores ricos e sofisticados, que garante boa lucratividade aos produtores.

Não é o caso dos arrozeiros subordinados ao MST. Eles continuam pobres.

Leia também: Ciência desenvolve práticas que mitigam a emissão de gases de efeito estufa no cultivo de arroz irrigado

agricultura arroz campo Destaque mst
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Thais D'Avila

    Repórter do portal A Granja Total Agro. Jornalista formada pela PUC-RS, pós-graduada em Marketing do Agribusiness e especializada em agronegócios.

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    6 Comentários

    1. Lidiane Gregório on 18/01/2023 23:43

      Texto empobrecido, com informações superficiais e dados descontextualizados. Lamentável a materia com intencionalidade clara de desgastar a proposta concreta de produção do MST e das compras internacionais que voltam com o governo Lula.

      Reply
      • Thais D'Avila on 23/01/2023 09:52

        Olá Lidiane! O texto é um artigo de Xico Graziano, conforme indicado no início da postagem. Obrigada pela participação em nosso site.

        Reply
    2. PEDRO PAULO DOS SANTOS on 19/01/2023 23:02

      A quem os senhores pensam que enganam?

      Reply
    3. Almir on 20/01/2023 16:06

      Texto mal intencionado, cadê a versão do MST?

      Reply
      • Thais D'Avila on 23/01/2023 09:45

        Olá, Almir. O texto é um artigo de opinião, redigido por Xico Graziano, cujas credenciais estão indicadas na parte superior do texto. Não é uma reportagem e portanto não exige versões de diferentes lados, pois trata-se da opinião de um especialista. Apesar de que todos os dados apontados por Graziano em seu artigo estejam com as fontes identificadas. Obrigada pela participação em nosso site.

        Reply
    4. Hermann de Oliveira on 24/01/2023 12:46

      Excelente artigo!
      É importante reconhecermos o esforço bem intencionado de uma coletividade; porém, é essencial não nos afastarmos da avaliação crítica, sobretudo para que o fim social seja atingido!
      Esperamos que os agricultores tenham sua autonomia pautada na autodeterminação, e não na condução político-partidária dirigida por uma ideologia.
      A socialização dos meios de produção somente será autêntica quando a iniciativa dos esforços e o resultado da produção (bem como os riscos inerentes a ela) tiverem como agentes os próprios trabalhadores.
      Espero que esses produtores de arroz orgânico se capacitem, modernizem-se, aprendam a produzir com qualidade, enriqueçam e dividam seus lucros entre si para o bem de suas famílias, e não para alimentar párias burocráticos de partidos quaisquer que sejam.

      Reply

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