A meta anunciada pelo novo governo, de garantir a segurança alimentar dos brasileiros, passa pelo fomento do agronegócio. Neste aspecto, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, elogiou seus antecessores, pois, nos últimos 20 anos, o País saltou de uma produção de 90 milhões de toneladas de grãos para mais de 300 milhões.
“Contudo, é preocupante a aparente falta de sintonia no olhar do atual governo para o meio rural. É o que se pôde inferir, por exemplo, na posse de Paulo Teixeira como ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, pasta agora criada. A presença de numerosos membros do Movimento Sem Terra e militantes de coletivos sugere que possam ter influência na gestão”, avalia Tirso de Salles Meirelles, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Aliás, “convite” nesse sentido lhes foi feito por Teixeira, ao dizer: “Venham para cima do ministério para que tudo possa acontecer”. Mas, esperamos que nada ocorra além da continuidade dos assentamentos, que estavam em curso no governo anterior, com a entrega de títulos de propriedade a agricultores familiares e a pessoas dispostas a trabalhar na terra. Tudo isso pode e deve ser feito de maneira ordeira e legal, com o uso de áreas devolutas, segundo o vice-presidente da Faesp.
Tirso Meirelles continua: “também cabe reiterar que a agropecuária nacional prima pela produção sustentável, ao contrário do que às vezes se propaga. Precisamos deixar isso claro a todos os responsáveis pelas políticas governamentais e ao mundo, pois, no Exterior, há muito desconhecimento sobre a questão. Não basta o Brasil ser globalmente conhecido como potência do agro. É crucial o reconhecimento de que nossa produção é ambientalmente correta.”
Segurança física, jurídica e respeito à propriedade particular
Em artigo, o executivo observa que as sinalizações positivas de políticas públicas corretas para o agro feitas pelo ministro Carlos Fávaro somente serão convertidas em realidade se houver equilíbrio na abordagem do setor, segurança física e jurídica no campo e intransigente respeito à propriedade particular, conforme consta da Constituição, bem como a coibição de invasões e depredações do patrimônio privado.
“Qualquer retrocesso nesse cenário será muito nocivo para a agropecuária, o governo e, principalmente, a população brasileira, considerando a importância crescente da atividade para a economia, geração de milhões de empregos, renda e divisas de exportações”, teme o vice-presidente da Faesp.
Precisamos de convergência para a segurança alimentar e não de divisões ideológicas, que somente drenam a energia humana. É fundamental que os produtores rurais tenham tranquilidade e total garantias para trabalhar. Esta é condição essencial para que continuem colhendo safras recordes, sendo protagonistas globais no segmento de carnes/proteínas/alimentos e no cultivo de commodities agrícolas. “Assim, que prevaleça o bom senso no novo governo”, conclui.
Fonte: Adaptado de artigo enviado por Tirso Meirelles.
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