A perspectiva é de um aquecimento no consumo de carne bovina no mercado interno. A tendência de demanda mais aquecida é baseada no cenário bem típico de fim de ano, que é o ponto máximo de consumo com as festas natalinas, confraternizações e ainda a Copa do Mundo. A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) está negociando arroba do boi para o mês de janeiro a R$ 309,00, uma boa sinalização.
Depois de um 2022 com a redução dos preços internos da pecuária, a reação é bem-vinda, dentro de um cenário em que o valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) neste ano, deve chegar a R$ 1,176 trilhão, sendo a pecuária responsável por R$ 363,9 bilhões. A reação do mercado mostra perspectivas positivas para 2023, como analisa Paulo Horto, presidente da Programa Leilões, que deve fechar o ano com mais de 900 pregões realizados. Ele que acompanha o mercado, junto aos pecuaristas, vê um cenário promissor.
“O mercado interno manteve a estabilidade e todos os índices agora são muito positivos, temos um aumento real do ganho, o que reflete diretamente no mercado da carne. Todos os indicadores para 2023 são de um aumento em níveis significativos para o consumo interno, o que demonstra um cenário confiante. E teremos de imediato o reflexo de novembro e dezembro, com Copa do Mundo, entrada do 13o salário, férias, e vamos seguir com perspectiva de consumo interno mais forte do que nos últimos 2 anos”.
Exportações de carne bovina
O mercado internacional continua sendo um importante propulsor dos negócios. Depois de um recorde de exportações em outubro, entramos novembro com média diária de 8.609 toneladas, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. Somente na primeira semana do mês, foram exportadas 68.876 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada.
“Além dos mercados importadores da carne brasileira, temos novos mercados surgindo, a China que é nosso maior importador deve avançar, comprando mais, além de novas frente abertas. A nossa carne é a carne mais barata do mundo, considerando que tivemos uma redução no valor de arroba e o dólar nos patamares de hoje. Não vejo uma mudança de trajetória com relação a isso, pelo contrário, novas frentes, como o Oriente Médio, os países árabes aprovando a nossa exportação. É o agronegócio em um rumo muito sólido”.
Ele analisa ainda a importância da tecnologia e da genética no processo produtivo, o que tem impactado cada vez os negócios. “Antes demorava 4 anos para abater um boi de 18 arrobas, hoje são 18 meses ou menos. A genética é um patrimônio permanente, com resultados evidentes com ganhos em fertilidade, precocidade, e o pecuarista brasileiro é aficionado pela perfeição, quem ganha com isso é o mercado” – completa.