Curso capacita agentes da fiscalização agropecuária para uso de drones como equipamentos de vigilância. Os encontros começaram em outubro, têm duração de 80 horas/aula e acontecem no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio. O conteúdo abrange legislação, segurança de voos, registro de aeronaves e de pilotos.
Oito servidores do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural participam de aulas teórico-práticas de pilotagem. O conteúdo é ministrado pelo professor Christian Bredemeier, da UFRGS.
Áreas agrícolas
Segundo Bredemeier, os drones são ferramentas muito interessante para monitoramento e mapeamento de áreas agrícolas. “Têm flexibilidade de uso, podem ser usados com grande frequência e apresentam custo operacional muito baixo. Embora o preço de aquisição ainda seja alto.”
O professor explica que as aeronaves não pilotadas permitem o mapeamento e detalhamento de áreas extensas com bastante definição. “Outro benefício é que possibilitam monitorar grandes zonas em pouco tempo. Além das alta qualidade das câmeras embarcadas e a flexibilidade de uso, que devem ser levadas em conta.”
De acordo com Bredemeier, por este motivo tornaram-se tão populares na agropecuária. O porém fica por conta de fortes ventos ou chuvas, que impedem o voo.
Não há regras específicas para áreas rurais, o piloto de drones tem de seguir a legislação em vigor. Dentre as definições estão: limite de altura de voo, proibição de voar próximo a aeroportos, heliportos.
“No entanto, tem diferenciais para quem vai pilotar na zona rural. Não tem aglomeração de pessoas, há baixa densidade de construções altas. Portanto, exigem menos cuidados.”
Christian Bredemeier
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O treinamento envolve aulas práticas e teóricas sobre o uso de drones para agricultura, seus tipos, possibilidade de aplicações, características de diferentes equipamentos. “Tivemos horas de treinos práticos, onde os colegas da Secretaria puderam pilotar. Seguiremos com aulas práticas com outros grupos de servidores. Além disso, teremos as teóricas sobre o processamento dessas imagens que foram obtidas.”
Assim os fiscais agropecuários aprendem a finalidade específica dos drones na defesa sanitária e na inspeção. ” O pessoal adquiriu bastante segurança com a aeronave, mesmo os que nunca tiveram qualquer contato com este tipo de equipamento.”
Sentinela e Guaritas
Os técnicos integram os programas Sentinela e Guaritas. Eles atuam na fronteira do RS com Uruguai e Argentina e também na divisa do estado com Santa Catarina. Os servidores ficarão responsáveis por multiplicar o conhecimento com outros agentes da fiscalização.
Conforme o coordenador do programa Sentinela, Francisco Lopes, serão utilizados seis equipamentos comprados pela SeapDR através de convênio com o Ministério da Agricultura. “Foram adquiridos equipamentos robustos, de uso profissional que vão contribuir especialmente na fiscalização de propriedades”, afirma Lopes.
Fundesa
O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS (Fundesa) custeou o curso e acessórios para a utilização dos equipamentos. “O Fundesa está contribuindo para a qualificação do Serviço Veterinário Oficial do estado e para a estruturação de material”, afirma o presidente do Fundesa-RS, Rogério Kerber. “O uso de drones será fundamental para monitorar locais de difícil acesso e em situações furtivas, para identificar algum descaminho ou irregularidade”, diz o presidente.
O passo seguinte às aulas práticas será a utilização de softwares para a análise das imagens coletadas pelos drones. “Os softwares deverão ajudar a automatizar ações como a contagem de animais através das imagens”, explica Francisco Lopes.
Com informações de Thais D’Avila