A sequência de dias sem chuvas fez com que a semeadura da soja evoluísse em toda região de Bagé. Na Fronteira Oeste, alguns municípios já superaram os 70% implantados da área estimada. Os dados estão no Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (04) pela Emater/RS-Ascar.
Em São Borja, à medida que lavouras de trigo foram colhidas, para semear soja os produtores realizaram a dessecação das plantas indesejáveis. Na Campanha, o percentual de plantio é estimado entre 10% e 15%. Essa semeadura foi realizada em solos onde os níveis de umidade eram satisfatórios para a germinação das sementes. Especialmente nas áreas com bom volume de palha de culturas de cobertura dessecadas com antecedência de pelo menos vinte dias.
Umidade
Em áreas com preparo do solo convencional houve perda de umidade da camada superficial devido à maior exposição aos efeitos do vento e das altas temperaturas. Os trabalhos de preparo do solo avançaram rapidamente, já que para alguns produtores só restou esta atividade. Pois ainda não receberam sementes e fertilizantes. As operações de dessecação para plantio direto estão restritas a algumas horas do dia devido aos ventos fortes constantes.

Com uma projeção de aproximadamente 835 mil hectares de cultivo de milho no Rio Grande do Sul, os produtores seguem com o plantio, que chega a 79% das lavouras semeadas. Desse total, 1% entrou na fase de enchimento de grãos, outros 12% estão em floração e 87% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Em mais uma semana caracterizada por predomínio de tempo firme, a colheita do trigo avançou para 48% das lavouras do Estado. Outros 40% estão em maturação e 12% em enchimento de grãos.
Insumos
Segue a alta demanda e baixa oferta de insumos como glifosato e sementes certificadas. As opções de fertilizantes formulados também são bastante limitadas e continuam sofrendo aumento expressivo de valor.
Já as olerícolas seguem com bom desenvolvimento na região de Ijuí, onde a produtividade é boa nas áreas em colheita. Período sem chuvas, com boa umidade no solo e alta luminosidade contribuíram para o desenvolvimento das plantas.
Lavouras cultivadas a campo apresentam leves sintomas de estresse devido às temperaturas altas no período da tarde, exigindo maior aporte de irrigação. Aumentou áreas de pepino em produção, mas ainda com volume ofertado baixo. Aumento de incidência de míldio nas plantas.
Em Panambi, produtores de alface enfrentam intenso ataque de tripes na cultura, encontrando dificuldades no controle. Cultura da mandioca segue com mortes de plantas ocasionadas pelo ataque de bacteriose.
Frutícolas
As chuvas de outubro prejudicaram um pouco as frutíferas em floração com a queda de flor na região de Santa Rosa. Entretanto, em boa parte dos pomares, as flores estão sendo repostas.
A boa umidade do solo proporciona vigorosa brotação e boa frutificação das frutíferas, que já estão nessa fase de crescimento, como a videira. Lavouras de melancia e melão com plantio no cedo já começam a florescer. Manga está em plena frutificação.
Variedades precoces de pêssego e ameixa encontram-se em início de maturação e colheita. Os frutos são de boa qualidade. Portanto, há expectativa de boas vendas.
Maçã em frutificação, com excelente carga de frutos, boa sanidade e desenvolvimento. Nos próximos dias, haverá frutos para colheita.
No geral, os produtores de frutíferas da região realizam tratamentos fitossanitários nas folhas e brotações para controle de doenças fúngicas como antracnose, míldio e manchas foliares, bem como os para evitar o ataque de pragas, em especial traça-das-frutíferas.
Fotos: Wenderson Araújo/CNA