Ao menos é o que demonstra a fala do primeiro-ministro do país, Gabriel Attal, que anunciou nesta sexta-feira (26) que o aumento gradual de impostos sobre o diesel agrícola, originalmente proposto pelo governo, está descartado. Isso ocorreu após os manifestantes, que já protestam há vários dias, bloquearem, hoje, uma das principais vias de acesso a Paris, cercando a cidade e ameaçando invadi-la com seus tratores, de acordo com diversos veículos de comunicação internacionais.
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Attal falou longe do tumulto, em uma fazenda voltada à pecuária localizada em Haute-Garonne, próximo à fronteira com a Espanha. Dentre as demais medidas anunciadas, o primeiro-ministro reafirmou o comprometimento do governo francês em impedir o acordo com o Mercosul, o qual, estariam afirmando os produtores, encheria a Europa com carnes e todo tipo de produtos agrícolas sul-americanos mais baratos do que os produzidos lá. Além disso, ele ainda afirmou que o governo simplificará a burocracia e apresentará um apelo à União Europeia para que as regras do bloco que obrigam os produtores a deixarem parte de suas terras em pousio sejam afrouxadas. Nas palavras de Attal, os produtores “quiseram enviar uma mensagem”, a qual foi, por ele, recebida “alto e claro”. O primeiro-ministro ainda afirmou que o governo colocará “a agricultura acima de todo o resto”.
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Também hoje, mais cedo, os ministros da agricultura, Marc Fesnau, e das finanças, Bruno Le Maire, estiveram em contato com representantes da indústria alimentícia para debater sobre formas de se estabelecer preços “justos” para os alimentos. Com isso, Le Maire anunciou que dobraria os esforços na aplicação de uma lei que supostamente garante os tais “preços justos” ao produtor e que seria “impiedoso” para com os supermercados que não a seguissem.