O último dia 28, sábado, foi o Dia Mundial Contra a Raiva, doença que não tem cura quando contamina animais como bovinos e equinos.
Mas a moléstia causada por morcegos hematófagos, que transmitem o vírus ao extraírem o sangue dos animais, tem prevenção.
E o assunto enfrentamento da raiva em herbívoros foi o tema da entrevista do coordenador do Programa de Controle da Raiva Herbívora da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, o médico-veterinário Wilson Hoffmeister, ao programa A Granja na TV de sexta-feira, 27, na Ulbra TV.
“A raiva é uma zoonoses considerada das mais importantes, porque na realidade é transmissível dos animais para o homem e pode causar a mortalidade entre os homens. Um pouco diferente das outras zoonoses que também trazem algumas doenças, mas a letalidade da raiva é muito preocupante”, descreveu Hoffmeister.
Conforme ele, a raiva no Brasil ocorre mais em animais herbívoros, com a participação do morcego hematófago, que se alimenta do sangue dos animais.
“A grande maioria dos casos que tem ocorrido em termos de raiva no Brasil é relacionado a acidentes com morcegos”, explicou.
“É sempre muito importante se ter todo o cuidado em manipulação de animais doentes. Por exemplo, ao alimentar, dar água para um animal que esteja doente existe um risco, pequeno, de contaminação, mas este risco existe”, alertou.
Prevenção sempre
Como não tem cura, é fundamental a prevenção, lembrou.
E, a começar, fazer o controle sobre as populações de morcegos.
“O trabalho da raiva no Rio Grande do Sul vem desde a década de 1960. Então, temos populações de morcegos bastante controladas. (Mas) Temos casos de raiva em herbívoros principalmente em bovinos no estado em todos os anos”, ressaltou.
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“Aumenta ou diminui (o número de casos), mas muito baseado nesse controle de populações de morcegos. (Há) alguns focos com pouca mortalidade de animais. Ou seja, a grande maioria dos animais está vacinada, mas também se deve muito ao controle da população dos morcegos hematófagos”.
Vacinação
O veterinário destacou que a Secretaria da Agricultura orienta a vacinação dos animais quando se observa focos numa determinada região.
“Então, traçamos um raio nos municípios limítrofes entre os focos e emitimos alertas sanitários ao produtor”, descreveu a ação da secretaria quando um caso de raiva é notificado.
“A vacinação não é obrigatória. Mas se o produtor estiver com seus animais sendo mordidos, espoliados pelo morcego, e o morcego adoecer, o morcego adoece e transmite este vírus para o animal no momento em que está se alimentando do sangue dos animais”, descreveu.
Hoffmeister afirmou que quando os morcegos adoecem pela doença e transmitem o vírus, ele também vão morrer.
“Existe um período de incubação do vírus da raiva no organismo do animal, do bovino, do equino, por exemplos, e este período de incubação é relativamente longo, de 45 a 60 dias, isso desde a mordida até o início dos sintomas no animal. Depois, quando o animal começa com os sintomas, com sinais clínicos, geralmente a doença cursa de cinco a sete dias e o animal vem a óbito”, relatou.
Confira a entrevista completa no link abaixo, assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV, edição de sexta-feira, dia 27 de setembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)