As cotações da soja em Chicago caíram na semana passada devido ao clima favorável na América do Sul e aos desafios de exportação dos EUA, atingindo os patamares de 2020.
E o USDA confirmou a venda pelos americanos de 781 mil toneladas, uma melhoria significativa da semana anterior, sendo a China o principal comprador, apesar do preço mais baixo da soja brasileira.
No Brasil, segundo a Conab, a colheita segue avançando de forma satisfatória, porém, ainda possui atrasos no plantio em alguns estados mais afetados pelas adversidades climáticas.
Em Chicago, o contrato de soja para março de 2024 encerrou a semana passada em US$ 12,14 o bushel (-2,88%).
E o mercado físico brasileiro seguiu a mesma tendência de baixa de Chicago.
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Mas, em contrapartida, o dólar subiu 1,44%, fechando a semana a R$ 4,93.
China: menos importação?
A China aprovou a ampliação a plantação de mais culturas transgênicas no país.
Isso a curto prazo não impactará significativamente, mas a maior consumidora do mundo está colocando seu plano de depender menos das importações em prática, já pretendendo desacelerar as importações do primeiro trimestre para o nível mais baixo em quatro anos.
O país teve, pela primeira vez na história, uma diminuição da população pelo segundo ano consecutivo, e também a menor taxa de natalidade desde 1960.
Isso mostra uma possível diminuição expressiva da população chinesa ao longo dos anos, trazendo assim uma demanda menor dos maiores consumidores.
Produção argentina
Já a Argentina, que desempenha um papel significativo na produção de farelo e óleo de soja, tem grande parte das lavouras em condições regulares.
E o país deve recuperar o posto de maior exportador deste subproduto.
Isso pode levar a uma redução na demanda por esses produtos em outros países, resultando, por conseguinte, em um consumo menor.
Quebra de produtividade no Brasil
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado do MT estima a pior produtividade em 15 anos.
O instituto prevê uma redução de 5 milhões de toneladas, totalizando, agora, 39 milhões.
Inicialmente, a projeção era de 43,7 milhões de toneladas.
O estado já apresenta, segundo o Imea, uma queda de aproximadamente 13,9% na produtividade da safra inicial.
Na agenda da semana na macroeconomia é marcada pelo PCE, o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal.
Os dados que auxiliam a regular a taxa de juros, que tem sido bastante falada pelo mercado, podendo trazer queda para os juros americanos logo no primeiro trimestre do ano.
Um caminho para conseguir isso é o PCE, que deve ser maior que o anterior, trazendo um possível otimismo aos futuros cortes pelo banco central americano.
Portanto, ponderando os eventos mencionados anteriormente, é possível que a soja em Chicago tenha mais uma semana negativa.
E com o mercado físico brasileiro seguindo a mesma direção.
Fonte: Grão Direto