O relatório de oferta e demanda divulgado pelo USDA na sexta-feira apresentou poucas alterações para a safra de milho 2022/23 e para a safra 2023/24.
A queda na demanda resultou em aumento nos estoques dos EUA e um acréscimo de 1,08 milhão de toneladas nos estoques mundiais.
Na safra americana, o clima adverso provocou perda de qualidade nas lavouras, aumentando as incertezas referentes ao potencial produtivo do cereal nos EUA.
O plantio continuou avançando, já acima de 95%.
E a colheita brasileira da segunda safra segue, mas com atraso.
Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a porcentagem da área total destinada à colheita em Mato Grosso atingiu 3,65%, aumento de aproximadamente 2,39% ao longo da semana.
No mesmo período do ano anterior, já havia 9,67% de área colhida.
Apesar do ritmo lento, as expectativas ainda são altas em relação à produção.
Apesar do cenário de incertezas, as cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 6,04 o bushel (-0,66%)para o contrato com vencimento em julho/23.
E o mercado físico brasileiro teve mais uma semana de desvalorização.
Clima nos EUA em alerta
A necessidade de chuvas nas lavouras americanas vem aumentando a cada semana, e deverá provocar bastante oscilação em Chicago nas próximas semanas.
As previsões começam a trazer alívio para algumas regiões que estão sofrendo com a escassez hídrica.
De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), esta semana começará a trazer chuvas para o sul de Iowa, Illinois, Indiana e Ohio.
Por aqui, devido às condições climáticas favoráveis, é esperado que a colheita na região Central continue avançando.
No entanto, nas regiões produtoras do Norte, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê uma continuidade das chuvas, o que pode resultar em atrasos no início da colheita.
Mais exportações
E as exportações irão crescer à medida que a colheita progrida.
Com a entrada do milho no mercado, a demanda internacional começará a se tornar mais evidente no mercado brasileiro, devido aos preços atrativos do cereal.
De acordo com Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, espera-se que o movimento mais intenso ocorra a partir de julho.
Gripe aviária
Os casos de gripe permanecerão sob monitoramento. Embora haja um aumento de casos confirmados em diversos estados, até o momento, a propagação está restrita apenas às aves silvestres.
E será mantida a vigilância e o acompanhamento dos casos de gripe.
Em síntese, as cotações poderão continuar se desvalorizando.
De acordo com o analista, a combinação do início da colheita do milho com a atual baixa demanda, provavelmente, continuará exercendo pressão sobre os preços do milho no Brasil.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br