O plantio de milho americano foi concluído. O clima adverso persistiu, gerando muitas incertezas em relação à efetiva produção da safra nos EUA.
As precipitações mal distribuídas e escassas na região do Corn Belt estão agravando a seca gradualmente.
Já as exportações brasileiras estão em ritmo lento.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques estão devagar, com queda de 18% em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa lentidão é reflexo da colheita de milho somada à grande quantidade de soja no mercado que está sendo exportada.
A colheita da safrinha brasileira continua em atraso.
A presença de chuvas em algumas regiões prejudicou a evolução da colheita, que chegou a 1,7% no Brasil, de acordo com a Conab.
No mesmo período do ano passado, o país já tinha 4,9% da área colhida, com Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso do Sul iniciando a operação.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 6,39 o bushel (+5,79%) para o contrato com vencimento em julho/23.
Esse cenário impulsionou o mercado físico brasileiro, que teve uma semana de valorização.
Mudança no clima americano
Após uma semana de poucas chuvas no meio-oeste americano, a presença dela nesta semana se torna extremamente necessária.
E, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), os prognósticos são positivos.
O cinturão produtor de milho deve receber chuvas significativas trazendo alívio ao estresse hídrico que a região vem sofrendo.
Como consequência das instabilidades climáticas da semana passada, a qualidade das lavouras de milho deve continuar sendo depreciada, trazendo preocupação para o mercado.
Colheita brasileira
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o clima continuará favorável, intensificando a continuidade da colheita em várias regiões.
E as exportações irão crescer à medida que a colheita progrida.
Com a entrada do milho no mercado, a demanda internacional começará a se tornar mais evidente no mercado brasileiro, devido aos preços atrativos do cereal.
De acordo com Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, espera-se que o movimento mais intenso ocorra a partir de julho.
E os registros de gripe aviária continuarão em monitoramento.
Embora não tenha havido aumento de casos confirmados em aves silvestres durante a semana passada, ainda existem investigações em andamento em alguns estados, o que deixa o mercado em observação contínua.
Mas as cotações poderão continuar se desvalorizando.
Segundo Sene, a conjunção do começo da colheita do milho com a atual diminuição da procura, provavelmente, seguirá exercendo influência sobre os valores do milho no Brasil.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br