Webinar discutiu os possíveis cenários do agronegócio brasileiro e mundial em 2022 e seus muitos desafios. Sobretudo o aumento dos custos dos insumos. O debate foi promovido pela revista A Granja, na sexta-feira, 12. Projeções de safras, exportações, rentabilidades dos produtores, alta dos custos de insumos e desabastecimento estiveram em pauta.
O debate foi intermediado pelo editor da revista, jornalista Leandro Mariani Mittmann. Participaram do encontro:
- Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
- Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul),
- Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Insumos
A alta significativa dos insumos em razão de uma conjuntura internacional aliada à dependência da agricultura brasileira das importações desses produtos foi um dos principais temas. “Aproximadamente 80% dos nossos fertilizantes são importados”, lembrou Conchon, da CNA.
“O preço da energia na China subiu muito, e lá eles são dependentes de carvão principalmente. Por conta deste racionamento, as indústrias fornecedoras de insumos agropecuários que vêm para o Brasil, como os fertilizantes, pararam, estão com racionamento de energia. Há empresas operando com 10% da sua capacidade. E isso está comprometendo toda a cadeia global de fornecimento de insumos.”
Renato Conchon
Gauer, do Imea, lembrou que o custo para os produtores mato-grossenses “apertou bastante”. Conforme ele, o Imea ainda vai divulgar o primeiro levantamento de custos de produção para a próxima safra. Mas já se sabe que o “incremento é bastante robusto, mais de 100% em relação a alguns produtos em comparação à safra passada”.
“E o ponto é que o produtor ainda se questiona, começa a debater se pode ou não reduzir a adubação.”
Cleiton Gauer
Investimentos
Inclusive, há discussões técnicas sobre a diminuição do uso de fertilizantes. As possibilidades e oportunidades de 2022 para o produtor fazer investimentos na infraestrutura da sua propriedade ou do negócio também esteve em pauta. “Eu não acredito em ano para investir e ano para não investir. E, sim, em análise de viabilidade econômica, em taxa interna de retorno, VPL, payback, taxa de desconto, TMA, taxa mínima de atividade… É nisso que eu acredito”, destacou da Luz, da Farsul.
“Este foi um ano que parecia ser muito bom de se investir. Isso leva as pessoas a tomarem voos que, para 2021, pode fazer parecer sentido. Se eu tomar 21 por dez anos, com certeza! Mas e se eu não repetir 21 por dez anos, como fica a viabilidade disso?”, alertou.
Ainda segundo ele, a única certeza para 2022 é o aumento dos custos. O debate com muito mais informações pode ser acessado na íntegra clicando aqui.
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Bravo!