As condições de lavoura de soja seguem satisfatórias para os produtores americanos.
E, assim, desde o início da safra, as boas condições têm feito pressão sobre os preços, o que não foi diferente na última semana.
Mas dentro do clima de otimismo, a previsão de clima quente e seco no cinturão do produtor americano fez o mercado reagir.
As análises são da plataforma Grão Direto.
Conforme já apontado, as previsões climáticas para os EUA são de chuvas abaixo do normal e temperaturas elevadas.
Essas condições já são esperadas pela época do ano e, com a safra praticamente quase toda perto de ser colhida, o clima adverso possivelmente não trará grandes alterações na produção.
Rio Mississipi
Mesmo que não atrapalhe o desenvolvimento das lavouras, a falta de chuvas e o clima seco têm diminuído os níveis de água do rio Mississipi, encarecendo o custo logístico por barcaças.
Esse aumento de custos diminuiu a competitividade da soja norte-americana e trouxe a demanda de volta para o Brasil, abrindo janela de oportunidades para a soja disponível.
Assim, em Chicago, ontem, 26, o contrato para setembro de 2024 encerrou a US$ 9,52 o bushel (+1,60%).
No mercado físico brasileiro ocorreram movimentos mistos, com predominância de baixas, no entanto, mesmo com o dólar subindo 0,18%, para R$ 5,48.
O contrato com vencimento em março de 2025 fechou em alta, de 1,72%, rompendo a barreira dos US$ 10 e fechando a US$ 10,07 o bushel.
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E mesmo mais competitiva comercialmente, o mercado assistiu a soja brasileira aumentar seus embarques na última semana.
Tanto Brasil quanto Estados Unidos veem otimismo nas exportações.
Esse movimento fez a semana passada fechar positiva.
Demanda chinesa
As margens de esmagamento de soja na China precisam melhorar.
Com os preços da soja no porto de Santos, acrescidos dos custos de frete até a China, as esmagadoras chinesas estão operando com margens próximas de zero.
Este é um fator baixista para os prêmios de exportação, pois indica que as esmagadoras podem iniciar a nova safra brasileira com menor apetite de compra, impactando negativamente a demanda por soja no mercado internacional.
Crop-Tour da Pro Farmer
Na última sexta-feira, o Crop-Tour trouxe expectativa de produção de 129 milhões de toneladas para a safra americana, 4 milhões acima do WASDE de agosto, além de ressaltar a baixa probabilidade de o número ser inferior.
Essa informação poderá colocar pressão de baixa esta semana, visto que agora os fundos estão confortáveis para operarem vendidos.
No balanço dos fatores, é possível uma semana negativa para a soja, após breve e relativamente apertada recuperação da semana anterior.
Fonte: Grão Direto