O relatório do USDA sobre o milho foi na direção da expectativa de mercado, mas os números surpreenderam.
Houve um aumento de 850 mil hectares plantados, em relação à projeção de março.
Os estoques trimestrais também se apresentaram acima do esperado.
E ambos os números impactaram negativamente as cotações de Chicago.
Chuvas nos EUA
Já as chuvas trouxeram alívio. A chegada de precipitações (mesmo que irregulares) em vários estados durante a semana promoveu a volta o otimismo de uma reviravolta na situação crítica que o Meio-Oeste passa neste momento.
O Corn Belt também recebeu chuvas significativas, e reforçou esse sentimento otimista.
Mas há expansão da seca no Meio-Oeste.Apesar da melhora climática,na quinta-feira, dia 29, o Centro Nacional de Mitigação da Seca mostrou uma expansão da seca de 64% para 70% nos estados produtores de milho.
No mesmo período do ano passado, esse número era de 47%. Nebraska e Kansas estão em níveis mais críticos de seca extrema, em relação aos outros Estados.
E o clima continuará no centro das atenções.
As previsões apontam para uma melhora nas projeções de chuva, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
O Corn Belt deve receber chuvas significativas, dando continuidade ao sentimento positivo de uma reviravolta na situação crítica que a região vem passando.
Assim, haverá uma melhoria esperada nas lavouras dos EUA.
O mercado aguarda, pelo menos, uma estabilização nas condições das lavouras, que vem piorando nas últimas semanas.
Caso isso aconteça, já trará um sentimento positivo ao mercado e, consequentemente, deve pressionar negativamente as cotações de Chicago.
Diante destas circunstâncias, as cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 5,56 o bushel (-11,75%) para o contrato com vencimento em julho/23.
Desvalorizações por aqui
E o mercado físico brasileiro, teve uma semana de leves desvalorizações,motivado pelas incertezas norte-americanas e pela evolução da colheita.
Esta semana mais curta em Chicago, visto oDia da Independência em Chicago dia 4.
E assim o mercado perderá a referência de Chicago, onde o preço brasileiro será balizado, principalmente, pelo mercado interno.
Colheita da safrinha
A colheita da segunda safra brasileira seguirá acelerando.
Com clima favorável, a colheita se intensificará, levando a uma oferta expressiva de cereais no mercado.
Isso pode gerar uma pressão negativa adicional nos preços brasileiros.
Já os casos de gripe permanecerão sob monitoramento.
Após a confirmação de um caso no Espírito Santo, em ave de subsistência, reacendeu o estado de atenção do mercado, porém, sem consequências significativas nas cotações.
Será mantida a vigilância e o acompanhamento da evolução dos casos de gripe.
Internacional
A demanda externa pelo cereal deve se aquecer.
O segundo semestre, historicamente, é marcado pelo aumento do ritmo de exportações, diante da alta oferta resultante da colheita de segunda safra de milho.
Esse cenário não deve ser diferente neste ano, principalmente, com a chegada da China entre os compradores.
E as cotações poderão continuar se desvalorizando. De acordo com Ruan Sene, analista da plataforma Grão Direto, a evolução da colheita brasileira, que deverá continuar disponibilizando volumes expressivos de milho ao mercado, continuará impactando os preços do milho no Brasil.
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Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br