Coluna Santo Capim, escrita pelo zootecnista, professor de pós-graduação na REHAGRO e na FAZU, consultor associado da CONSUPEC e investidor na pecuária de corte e leite, Adilson de Paula Aguiar.
Sementes compradas e armazenadas na propriedade, solo preparado, chuvas já se regularizaram… Então, chegou o momento da semeadura. Com base em experimentos de longo prazo realizados pela EMBRAPA, instituições de pesquisa e trabalhos de campo, chega-se à conclusão de que, pelo menos, em fazendas localizadas do norte do Paraná aos estados do Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de janeiro tem garantido maior estande de plântulas logo após a germinação das sementes.
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Mas o plantio tem sido feito desde setembro/outubro, a conhecida semeadura no cedo ou no pó ou ainda na poeira, com o solo ainda seco e antes do início das chuvas, até semeadura já no final das chuvas, por exemplo, em março/abril, a conhecida semeadura tardia. A semeadura no cedo (na poeira) é recomendada em solos de baixadas, onde o lençol freático é superficial e, logo após as chuvas, ficam encharcados, impossibilitando o trânsito de máquinas e veículos, ou mesmo em solos de partes altas do terreno, mas que têm argilas expansivas, as quais, quando umedecidas, também impossibilitam o trânsito de máquinas e de veículos.
Já a semeadura tardia é recomendada para regiões onde as chuvas de primavera e o início do verão são irregulares, com muitos veranicos (estiagens), e para regiões mais ao norte, em bioma amazônico, onde as chuvas se estendem até maio/junho e as temperaturas não caem como no centro-sul do país. Para uma germinação rápida e vigorosa de sementes de forrageiras tropicais, a temperatura ambiente deve estar acima de 18 graus.
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O importante, na semeadura no cedo (na poeira) e no tarde (no final das chuvas), é aumentar a taxa de semeadura em, pelo menos, duas a três vezes se comparada com a semeadura dentro da janela ideal.
A semeadura pode ser realizada a lanço manualmente, manualmente na cova, a lanço com aeronaves, a lanço com distribuidores de adubos, a lanço com semeadoras e em linha com plantadoras de grãos. E todos esses métodos de semeadura podem ser realizados sobre o solo preparado ou sobre a palhada em plantio direto.
De fato, os métodos de limpeza do terreno e de preparo do solo são condicionantes do método de semeadura a ser adotado. Se a área em questão foi limpa pelo método tradicional, com uso de fogo, não haverá preparo de solo por causa dos obstáculos para o trânsito de máquinas e veículos, tais como tocos, troncos, árvores, etc. Nessa situação, também não haverá preparo de solo, portanto a semeadura será feita manualmente a lanço ou em covas, em pequenas áreas, ou por aeronaves em grandes áreas. Se a área não tiver esses obstáculos, mas o relevo tiver uma declividade que impossibilita a mecanização, os métodos de semeadura serão os mesmos para pequenas e para grandes áreas, respectivamente, ou ainda com uso de tração animal.
Se a área foi limpa pelo método mecânico, ou se era uma área de pastagem degradada ou se era uma área de lavoura convencional, o terreno ficou em condições de ter o solo preparado; logo, os métodos de semeadura poderão ser a lanço com distribuidores de adubos, a lanço com semeadoras e em linha com plantadoras de grãos.
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Se a área já era cultivada com lavoura em sistema de plantio direto, as etapas de limpeza do terreno e o preparo do solo não ocorrerão; assim, a semeadura será feita em linha com plantadoras de grãos para plantio direto na palha ou a lanço sobre a palhada após a colheita da lavoura, ou em sobressemeadura sobre a cultura agrícola ainda não colhida, como tem sido feito sobre a cultura da soja ao final do seu ciclo, semeando por meio de aeronaves, ou com distribuidores de adubos, ou com semeadoras acopladas sobre as barras de pulverizadores.
Na próxima edição, darei continuidade a esse tema – aguarde!
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