Os preços da soja recuaram nas principais praças de comercialização do país na semana pré-Natal.
As cotações acompanharam a combinação de queda nos contratos futuros da soja em Chicago e desvalorização do dólar frente ao real.
Em ritmo de festas de final de ano, a comercialização travou.
A saca baixou de R$ 145 para R$ 143 em Passo Fundo/RS; em Cascavel/PR recuou de R$ 137 para R$ 135; em Rondonópolis/MT permaneceu em R$ 130; e no Porto de Paranaguá/PR caiu de R$ 147 para R$ 145.
Com a falta de negócios e com a consequente queda na oferta, os prêmios se recuperaram nos portos brasileiros, mas também com pouca atividade.
Recuo em Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (Cbot), os contratos com vencimento em novembro recuaram 2,04%, cotados a US$ 13,04 por bushel na manhã da sexta-feira.
A melhora no clima no Brasil e a previsão de chuvas para os próximos dias pesaram sobre as cotações.
Completando o quadro negativo para os preços internos, o dólar recuou frente ao real.
A moeda americana perdeu 1,4% na semana até a manhã da sexta, atingindo a marca de R$ 4,87.
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MT: corte nas estimativas
Mesmo com a melhora no clima, entidades do Mato Grosso, principal produtor, estão refazendo as contas e cortando a estimativa para a safra do estado, devido à falta de chuvas.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na safra 2023/24, a expectativa é de menor oferta da soja no estado devido ao clima.
A preocupação com o desenvolvimento da safra tem aumentado nos últimos meses devido à falta de chuvas e as altas temperaturas, causados pelo fenômeno El Niño.
Com isso, há um grande percentual que precisaria ser ressemeado, prática prevista em 5,81% da área.
Além do atraso na semeadura.
Ambas as circunstâncias somadas têm aumentado a incerteza quanto à produção projetada.
Diante desse cenário, o Imea projeta que a área fique em 12,13 milhões de hectares.
Quanto a produtividade, a perspectiva é de que o rendimento médio fique em 57,87 sacas/hectare.
Sendo assim, é estimada queda de 7,04% na produção, para 42,13 milhões de toneladas.
Aprosoja, -20%
As ondas de calor e a redução das chuvas em Mato Grosso devem quebrar a produção da safra 2023/24 de soja em cerca de 20%, aponta pesquisa feita pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT).
O levantamento foi realizado com mais de 600 associados, abrangendo uma área de 862 mil hectares, ou 7,10% de toda área de soja em MT.
A pesquisa também aponta que os sojicultores de MT devem colher 36,15 milhões de toneladas nesta temporada, 9,16 milhões a menos que na safra anterior, quando a produção foi de 45,31 milhões de toneladas, este último dado, de acordo com o Imea.
Fonte: Safras & Mercado