A pecuária como atividade de preservação do meio ambiente e ainda trazendo renda para o produtor está mais perto de ser uma realidade para os gaúchos. No lançamento do evento Universo Pecuária, na manhã desta terça-feira na sede da Federação da Agricultura do RS, o vice-presidente da entidade, Domingos Velho Lopes, anunciou uma parceria com o Ibama para a recuperação de áreas degradadas.
Segundo o dirigente há um decreto federal, com regulamentação para recuperação de nascentes, campo nativo e floresta nativa. Já com o decreto estadual 56640, feito pela Secretaria do Meio Ambiente do RS, será possível encaixar o setor produtivo dentro de uma proposta.
“Estamos montando um programa junto, federações, o Governo do Estado e agora com o Ibama. Nós queremos botar plantas exóticas e nativas juntas, para melhoramento de campo, com a possibilidade dentro do regramento do decreto da SEMA, no projeto de pagamento do serviço ambiental.”
A secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, afirma que o decreto estadual viabiliza o pagamento de um valor econômico por “boas práticas”. “Então essa atividade do melhoramento do campo através da inclusão de espécies exóticas de pastagem, principalmente no inverno, e da manutenção das nativas é reconhecida como uma atividade ambientalmente capaz de capturar carbono e de manter aquela biodiversidade, aquele ecossistema.”
Conforme Marjorie, quem pagará esse valor ao produtor poderá ser o governo ou pode ser uma empresa do setor privado. “O decreto que nós fizemos é muito amplo e ele prevê editais específicos para tipos de prática e tipos de parceiros que vão fazer esse pagamento”, afirma a secretária.
“Quando a gente vai para a COP (Conferência Mundial do Clima), a gente busca isso, parceiros que venham a investir na manutenção da biodiversidade. E essas práticas produtivas, boas práticas de agricultura de baixo carbono, de consórcio, de floresta com agricultura, com pecuária, com campo nativo, é que vão ser beneficiadas por esses modelos que buscam financiamento para agregar valor e manter essas atividades agrícolas.”
Com a medida, a secretária afirma que o estado (governo e federações) quer popularizar essas práticas no RS e, assim, tornar o estado um dos primeiros estados a ter esses modelos para serem financiados.
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