O relatório de oferta e demanda do USDA da semana passada apontou que a safra americana teve uma leve queda de 124,9 milhões para 124,8 milhões de toneladas.
Em contrapartida, a produção mundial aumentou de 428,73 milhões para 429,2 milhões de toneladas, o que impactou os estoques finais globais.
E, segundo o USDA, os EUA venderam 2,11 milhões de toneladas em agosto, superando as expectativas do mercado, que estavam entre 900 mil e 1,6 milhão de toneladas.
A China foi o principal destino.
Safra brasileira
No Brasil, o vazio sanitário da soja terminou em 31 de agosto em algumas regiões.
No entanto, o tempo seco inviabilizou o plantio mais intenso, com semeaduras bastante isoladas e ainda não mensuráveis em percentual.
E com a proximidade do início da safra, as condições climáticas começam a gerar preocupações e a aumentar os prêmios de risco na precificação.
A avaliação é da plataforma Grão Direto.
Assim como na safra anterior, o mercado avalia a possibilidade de atrasos no plantio devido à escassez de chuvas, uma realidade em grande parte das regiões produtoras.
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Chicago em alta
Diante das circunstâncias em torno da commodity, em Chicago, na semana passada o contrato de soja para setembro encerrou a US$ 10,06 o bushel (+1,72%).
No mercado físico brasileiro os movimentos foram majoritariamente positivos, apesar do recuo de 0,36% do dólar, que encerrou a semana em R$ 5,57.
O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou em alta pouco significativa, de 0,29%, a US$ 10,39 o bushel.
Taxa de juros de Brasil e EUA
Nesta próxima quarta-feira, 18, ocorrerem decisões importantes sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.
Nos EUA, o mercado espera uma redução mínima de 0,25 ponto porcentual, marcando a primeira queda desde o início da pandemia.
Já no Brasil, por outro lado, há expectativa até mesmo de aumento nas taxas, devido às projeções de inflação para 2024, que se aproximam do teto da meta de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Esses cenários podem resultar no enfraquecimento do dólar globalmente no médio prazo, o que, consequentemente, pode fortalecer o real e enfraquecer ainda mais a moeda norte-americana no Brasil.
Esta semana será marcada pelo feriado na China, que se estende até quarta-feira, em celebração ao Festival de Outono.
Durante esse período, espera-se uma queda na atividade de compras do país asiático, o que pode impactar negativamente as exportações do Brasil e dos Estados Unidos.
Exportações brasileiras
De acordo com a Secex, o ritmo de exportações de soja brasileira começa a desacelerar de forma significativa neste mês, com queda de 15,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ainda assim, caso essa tendência se mantenha, o total exportado até o final do mês deverá atingir cerca de 5 milhões de toneladas.
Com base nesses fundamentos apresentados e observando as tendências do preço, conforme a plataforma Grão Direto as cotações da soja brasileira poderão ter uma semana positiva, principalmente pela expectativa da entrada da safra brasileira.
Fonte: Grão Direto