A permanência de chuvas em praticamente todo território brasileiro deverá favorecer a evolução do plantio de soja na semana.
É o que prevê o analista de mercado da plataforma Grão Direto Ruan Sene.
O Inmet projeta chuvas volumosas para MG, GO, TO, BA e ES.
China no radar
Além disso, o mercado continuará monitorando a China.
Seguirá no aguardo do posicionamento mais firme de compras nesta semana.
Caso se mantenha, deverá provocar alta a curto prazo nas cotações de Chicago.
Em relação ao dólar, a moeda continuará sendo fortemente influenciada por incertezas econômicas internas.
Poderá ter mais uma semana de muita volatilidade.
Caso o cenário de incertezas continue, poderá haver mais uma semana de valorização da moeda americana frente ao real.
Ainda sob o risco de uma recessão mundial, nesta semana ocorre reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), nos EUA.
O encontro será um sinalizador para o próximo aumento da taxa de juros americana.
Sene acredita que a continuidade da valorização do dólar nesta semana será um contrapeso nas cotações brasileiras.
Isso diante da possibilidade de continuidade da queda em Chicago.
O que levaria a uma semana de leves valorizações.
Esta semana será mais curta em Chicago por conta do feriado de Ações de Graças, dia 24.
Chicago reflete clima na América do Sul
A semana passada foi marcada por queda em Chicago diante da melhora do clima e da evolução do plantio na América do Sul.
O contrato janeiro/2023 fechou a sexta a US$ 14,27 o bushel (-1,65%).
E o vencimento em março/2023 encolheu 1,65%, para US$ 14,32.
A safra 2022/23 na América do Sul teve uma semana bem positiva.
No Brasil, o plantio atingiu 66% a nível nacional, de acordo com o boletim publicado no dia 16, pela Conab.
Apesar da diminuição das precipitações em algumas regiões do MT, não houve prejuízos ao desenvolvimento inicial da cultura.
Assim, o plantio na região chegou perto da conclusão. Já em 97,4% da área projetada.
Em MG, o retorno das chuvas permitiu o avanço no plantio. Que alcançou 52% da área.
Segundo o analista de mercado Ruan Sene, da plataforma Grão Direto, em GO o tempo seco diminuiu o ritmo de plantio em alguns municípios
Que desta forma atingiu 61%.
Argentina melhora
Na Argentina, finalmente as condições climáticas melhoraram. E permitiu a continuidade do plantio.
A ausência de chuva desde meados de maio trouxe alívio aos produtores. Mesmo não mudando o cenário de seca a médio prazo.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou, no dia 17, que foi semeada apenas 24% da área.
Na mesma época de 2021 estava em 80%.
Apesar das perdas serem inevitáveis devido ao atraso do plantio, o país ainda pode ter uma safra bastante significativa.
EUA: colheita acelerada
E a colheita americana segue em ritmo acelerado e à frente dos números do ano passado.
De acordo com o USDA, chegou a 96% da área.
Com isso, está 5% à frente do mesmo período do ano passado. Isso trouxe certo alívio ao mercado.
De 4 a 10 de novembro as vendas americanas ficaram em aproximadamente 3,03 milhões de toneladas. E assim totalizaram 35 milhões.
A expectativa é que as exportações fechem o ano acima de 55 milhões de toneladas.
Câmbio valorizado
Por aqui a moeda americana teve uma semana de continuidade na valorização.
Fechou a sexta-feira a R$ 5,37 (+0,77%).
As incertezas econômicas internas ainda continuam diante da apresentação da “PEC da Transição” ao Congresso.
Nesse cenário, o país tende a se endividar de forma insustentável.
O que fortaleceria o processo inflacionário, caso não corte gastos em outros setores.
Mesmo com a alta do dólar, as cotações brasileiras tiveram desvalorizações. Refletiram a queda mais acentuada de Chicago.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br