A semana passada foi mais lenta para o mercado da soja.
O feriado de Ações de Graças nos EUA quinta-feira provocou uma redução nas negociações no Brasil.
Ainda nos Estados Unidos, a colheita foi concluída.
Aparentemente, deve se concretizar próximo a 112 milhões de toneladas.
E o clima brasileiro segue no radar.
Apesar da melhora a curto prazo nas condições climáticas, o mercado continuou apreensivo em relação às possíveis perdas já concretizadas.
Dólar com leve queda
A semana passada foi estável para o dólar.
A ata do Copom não trouxe surpresas, o conflito com Israel e Hamas esfriou após o acordo, trazendo um tom menos volátil ao mundo.
Assim, a semana encerrou com o dólar levemente em queda, cotado a R$ 4,90 (-0,20%)
Em Chicago, o contrato de soja para janeiro de 2023 encerrou a US$ 13,30 o bushel (-1,04%), enquanto o contrato de março de 2024 teve queda, para US$ 13,48 (-0,88%).
No entanto, no mercado físico brasileiro, as cotações da soja tiveram oscilações positivas em várias regiões.
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Clima e Chicago
O clima tem sido o principal fator de volatilidade da bolsa de Chicago, por consequência de El Niño.
Segundo especialistas, há possibilidade do fenômeno alcançar seu ápice em dezembro, trazendo novas ondas de calor.
Com as possíveis chuvas para essa semana, o mercado continuará cauteloso em relação ao real potencial produtivo da soja.
Na quinta-feira serão divulgados os dados do PCE, principal índice de inflação monitorado pelo Banco Central dos EUA.
As expectativas indicam estabilidade, sugerindo a possível manutenção das taxas de juros, atualmente em 0,3% ao mês e 3,7% ao ano, na próxima reunião.
Com isso, o dólar poderá se desvalorizar na semana.
Plantio da Argentina
De acordo com a Bolsa de Cereales, na Argentina, com as boas chuvas no final de semana, a soja foi plantada com grande volume na região central do país, a expectativa é que essa semana alcance os 11% da área plantada.
Acredita-se em uma produção de soja em 50 milhões de toneladas, contra 20 milhões da safra passada.
E com a vitória do novo presidente, Javier Milei, há uma expectativa de isenção ou diminuição dos impostos de exportações.
Com isso, produtores locais poderão reter suas produções agrícolas na expectativa de obter preços melhores mais à frente.
Essa dinâmica poderia impulsionar a valorização das cotações, especialmente nos derivados de soja.
Replantio acontecendo
No Brasil, a falta de chuvas dos últimos tempos afetaram o plantio e desenvolvimento da soja.
Segundo relatos de produtores em Mato Grosso, o replantio está sendo realizado em diversas áreas.
Com a continuidade do clima favorável, espera-se que essa prática ocorra com maior intensidade.
Prêmios em alta
O atraso persistente nas chuvas no Brasil está prejudicando o plantio, causando perdas na produção.
Isso resulta em um aumento no prêmio de exportação nos portos, devido à provável redução na safra.
Essa diminuição na oferta durante a colheita reduz os custos portuários e tem um impacto positivo nas cotações brasileiras.
Considerando os eventos mencionados, é possível que a soja em Chicago tenha uma semana negativa, com mercado físico acompanhando.
Fonte: Grão Direto