O relatório de oferta e demanda do USDA da semana passada trouxe poucas modificações significativas para as safras de soja 2022/23 e 2023/24.
A diminuição na demanda resultou em aumento nos estoques dos Estados Unidos e em um acréscimo de 0,84 milhão de toneladas nos estoques globais.
Houve também, um leve decréscimo na expectativa de produção da Argentina para a próxima safra.
No plantio e clima norte-americano, as condições climáticas, com baixa ocorrência de chuvas, aceleraram o progresso das lavouras, alcançando níveis superiores a 90%, conforme relatado pelo USDA.
No entanto, essa situação também trouxe preocupações em relação às plantações em campo, que necessitam de um clima favorável para o seu pleno desenvolvimento.
Câmbio
Já o dólar encerrou a semana em queda.
A perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manterá a taxa de juros estável na próxima semana e de que o Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, começará a reduzir a taxa Selic em agosto, gerou resposta positiva do mercado.
No Brasil, o foco continua no cenário político e econômico, com expectativa em torno do relatório preliminar da reforma tributária.
Diante deste cenário, o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana passada cotado a US$ 13,88 o bushel (+2,66%).
E o contrato com vencimento em março/24 encerrou a US$ 12,12 o bushel (+1,76%).
E com a desvalorização do dólar junto às valorizações de Chicago, a semana para a soja fechou positiva em relação à semana anterior.
De olho no clima
Nas lavouras americanas, apesar do rápido progresso no plantio, a soja vem sofrendo perda de qualidade, especialmente na região do cinturão agrícola.
A preocupação para os produtores norte-americanos é a seca que tem se espalhado pela região.
Para mitigar ou, pelo menos, tentar reduzir o dano da seca, é crucial que as previsões de chuvas para o cinturão se concretizem nos próximos 15 dias.
Esta semana começará a trazer chuvas para o sul de Iowa, Illinois, Indiana e Ohio.
Chicago
Os fundos de investimento estão com viés positivo para Chicago.
O mercado, que tenta antecipar movimentos, tem entendido que as adversidades climáticas podem trazer problemas na produção.
Esse acréscimo no prêmio de risco oferece oportunidades para os produtores que ainda não comercializam sua próxima safra.
E melhora também a relação de troca para os fertilizantes.
Entrada do milho
Após um mês de exportações expressivas no Brasil, espera-se que os números comecem a declinar nos próximos meses, especialmente com a entrada do milho no mercado.
Já para os Estados Unidos, as compras da semana passada poderão atrair atenção de outros países, que também poderão manifestar interesse de aquisição.
Dólar seguirá em queda?
A semana será marcada por grandes oscilações no dólar, diante dos importantes dados econômicos que serão divulgados.
Entre eles, o anúncio da taxa de juros norte-americana, que deverá ser mantida. E no Brasil, também se espera manutenção.
Exportação de farelo
O Brasil será o maior exportador de farelo de soja?
Com a quebra já consolidada da Argentina, somado à produção recorde no Brasil, o país poderá assumir a liderança do ranking de exportação mundial de farelo de soja.
Isso foi confirmado pelas projeções do USDA, na última sexta-feira, e deverá se consolidar nos próximos meses.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva.
Mas a queda projetada para o câmbio poderá neutralizar a valorização dos preços no mercado interno brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br