O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgados na semana passada, apontaram números americanos maiores para o milho.
Já a produção do Brasil seguiu projetada em 127 milhões de toneladas, e a da Argentina em 51 milhões.
E na semana aconteceram valorizações das cotações, visto que a falta de chuvas para o plantio da safra de soja 2024/25 no Brasil poderá diminuir a janela de plantio da segunda safra de milho.
Isso resultaria em menor oferta de milho no mercado internacional em 2025, ocasionando valorizações.
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E de acordo com a Secex, nos primeiros quatro dias úteis de outubro, o Brasil exportou pouco mais de 1 milhão de toneladas.
Esse número está 47% menor que o do mesmo período do ano passado, evidenciando a fraqueza nas exportações.
Já o ritmo de colheita americana continua mais lento, mas segue progredindo, até a semana passada 1% abaixo do registrado no mesmo período de 2023, porém 3% acima da média dos últimos cinco anos.
Cotações
Assim, diante das circunstâncias mencionadas, o cereal encerrou a semana em Chicago cotado a US$ 4,16 o bushel (-2,12%), para o contrato com vencimento em dezembro de 2024.
No Brasil, na B3, o milho seguiu a tendência contrária, com alta de 0,72%, e fechou a semana a R$ 68,50 por saca.
No mercado físico, os preços seguiram de forma estável, sem movimentações expressivas.
Na B3, o contrato novembro Campinas durante a semana apresentou estabilidade no preço, onde chegou a ter quedas de mais de 2% no início da semana, mas conseguiu recuperar e fechar em uma leve alta.
Em Chicago, o contrato dezembro foi fechou com uma queda de mais de 2%.
No milho B3, caso venha a superar novamente a região dos R$ 68,50/saca, pode ter um teste das máximas de setembro, perto dos R$ 70/saca.
Já o milho cotado em Chicago, pode ter o teste dos US$ 4,10/bushel logo no início desta semana e caso perca, pode haver uma queda no milho no exterior.
Por outro lado, se o preço conseguir se sustentar acima dos US$ 4,10 dólares, poderá ganhar força compradora e se manter no ritmo de alta observado no mês de outubro.
A demanda interna continuará direcionando o ritmo do consumo de milho no Brasil, com as exportações ainda abaixo do esperado.
Safrinha em risco
A segunda safra de milho se mostra em risco, aponta a plataforma Grão Direto.
As recentes elevações nos preços do petróleo, impulsionadas pelo conflito no Oriente Médio, têm pressionado os custos de um dos principais fertilizantes utilizados na produção de milho: no caso, a ureia, derivado do gás natural.
O fertilizante valorizou cerca de 10% no último mês, deixando a relação de troca menos favorável.
Além disso, o atraso no plantio da safra de soja pode desestimular o plantio de milho no próximo ano, já que a janela de plantio pode ser reduzida, aumentando o risco de exposição a adversidades climáticas.
Já o plantio da safra verão está acelerado.
Segundo a Conab, avançou para 25,9% até 6 de outubro.
O progresso mais expressivo ocorre na Região Sul, que deve continuar avançando e pode atingir a conclusão até o final do mês.
Em Minas Gerais, o plantio já começou nas áreas irrigadas, enquanto os agricultores aguardam as chuvas para expandir as operações para as áreas de sequeiro.
Diante do avanço da safra atual e dos riscos relacionados à safrinha de 2025, a Grão Direto avalia que as cotações continuarão acima de R$ 65,00 na BM&F Bovespa.
Fonte: Grão Direto