A Bolsa de Cereales da Argentina realizou mais um corte na produção de soja daquele país, visto a recente estiagem: previsão caiu de 22,5 milhões para 21 milhões de toneladas.
Já o clima americano segue muito favorável para as lavouras.
Assim, ocorre uma evolução do plantio americano acima do mesmo período do ano anterior, e também da média dos últimos cinco anos.
E o dólar volta ao patamar de R$ 5. Os principais direcionadores foram a tramitação do texto do novo arcabouço fiscal no Brasil, além dos desdobramentos relacionados à renegociação do teto da dívida nos Estados Unidos.
Diante de tudo disso, o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana passada cotado a U$S 13,05 o bushel (-6,05%), e o contrato com vencimento em agosto/23 encerrou a U$S 12,46 o bushel (-5,25%).
Com a queda do dólar junto às desvalorizações de Chicago, a semana passada para a soja fechou com maiores quedas em relação à semana anterior.
Já o clima brasileiro está favorável à continuidade do restante da colheita.
De acordo com o Instituto Nacional de meteorologia (Inmet), o Brasil poderá apresentar, nesta semana, chuvas mais concentradas na região norte do país.
Este cenário continuará favorecendo a colheita da região Sul e prejudicando a conclusão do Maranhão.
O clima americano segue sem imprevistos, e trabalha a favor da evolução de plantio e do desenvolvimento da oleaginosa nas regiões produtoras.
Os modelos climáticos apontam para um aumento de temperatura e presença de chuvas na região norte do cinturão produtor.
Com a aproximação do verão que inicia no dia 21 de junho, as temperaturas tendem a ficar mais elevadas em toda a região produtora.
E a janela de plantio está se encerrando naquele país.
Segundo Ruan Sene, analista de mercado da plataforma Grão Direto, os riscos potenciais aumentam significativamente para as safras caso ocorram chuvas abaixo da média a partir de agora.
Exportações aceleradas
As exportações brasileiras seguem em ritmo acelerado.
De acordo com os números apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), caso seja mantida a mesma intensidade de embarques, o Brasil deverá terminar maio com volumes próximos a 16 milhões de toneladas.
Há expectativas, inclusive, que supere o maior número registrado em abril de 2021, que foi de 16,1 milhões de toneladas.
E a demanda chinesa pela soja americana está nos menores níveis dos últimos cinco anos.
O país asiático não tem demonstrado interesse pela oleaginosa com origem nos EUA, frente a algumas políticas de redução da dependência americana.
E por encontrar soja com preços mais atrativos no Brasil.
Esse movimento de enfraquecimento deve continuar diante do alto volume que ainda resta para ser negociado no Brasil.
Dólar em alta?
O dólar poderá ter uma semana de alta. As incertezas em relação à tramitação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos deputados nesta semana, somado às negociações sobre o teto da dívida nos Estados Unidos, deverão manter a moeda americana em níveis altistas.
A China tem intensificado inspeções. O aumento nas inspeções dos navios de soja que chegam no país para verificar se há pragas e resíduos pode ter dois efeitos importantes.
Por um lado, a demora e o encarecimento da operação de desembarque podem elevar o preço da oleaginosa no mercado interno chinês, melhorando a margem para as indústrias esmagadoras.
No entanto, isso também pode desestimular a demanda devido aos altos preços, pois a demora nas operações portuárias desestimulará a compra de grandes volumes pelas indústrias, devido ao custo adicional de desembarque.
Diante disso, de acordo com o analista da Grão Direto, a semana poderá ser marcada por leves valorizações nas cotações brasileiras.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br