O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, realizado nesse domingo (5), apresentou uma questão que gerou muita revolta nas redes sociais, pois afirmava que o agronegócio promove “chuvas de veneno”, “superexploração”, “violência contra a pessoa”, “‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos” e “violência simbólica” no Cerrado.
Essa é a segunda vez em menos de três semanas que o agronegócio é atacado institucionalmente no âmbito educacional por entidades ligadas ao governo federal. Em 18 de outubro, o documento base para as discussões da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024, assinado pela presidência da República, sugeriu impedir que se falasse sobre o agronegócio nas salas de aula, afirmando que essa era uma pauta “ultraconservadora”.
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Em 2023, o Enem voltou a ser organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), que é uma organização social pertencente ao Ministério da Educação (MEC). A última vez que a prova fora feita pelo Cebraspe foi no ano de 2016, coincidentemente o último de governo de Dilma Rousseff (PT).
Durante o governo Temer (MDB) e, depois, Bolsonaro (PL), a prova foi realizada numa parceria entre Vunesp, Cesgranrio e Fundação Getúlio Vargas (2017) e, depois, pelo Inep (2018-2022).