Com a soja praticamente semeada no Rio Grande do Sul, com níveis apropriados de umidade no solo, as elevadas temperaturas e a exposição à radiação solar proporcionaram a aceleração do crescimento da cultura, que expressa vigor característico nas plantas.
Como consequência das chuvas anteriores, foi observada significativa melhoria nas condições das lavouras de soja em todo o estado e a diminuição de sintomas de estresse hídrico em algumas áreas.
Até esta semana a soja está com 62% das lavouras em germinação e desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 8% em enchimento de grãos.
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira, dia 25 pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a maioria das lavouras de soja já concluiu ou está em fase de fechamento das entrelinhas, evidenciando uma interação sinérgica entre a cultura e as condições climáticas recentes.
As plantas apresentam emissão de folhas novas bem desenvolvidas, com entrenós mais longos a partir do terço intermediário em direção às pontas, além da ocorrência de brotações laterais no terço inferior.
Nas áreas de cultivares precoces, o período de formação das vagens se iniciou, e a fixação deverá ser satisfatória, dadas as condições ambientais favoráveis.
Fitossanidade
Em razão das chuvas regulares, o monitoramento de doenças tem sido constante, sendo adotados intervalos menores entre as pulverizações.
No oeste do estado, há relato da presença de percevejo nas lavouras.
Entretanto, os produtores têm sido orientados a utilizar inseticidas somente a partir da fase de formação das vagens, pois, nas fases vegetativa e de floração, o impacto desse inseto na cultura é baixo.
Esses cuidados em relação ao estágio das plantas promove a racionalização do uso de inseticidas, bem como evita os riscos de ocorrência de mortalidade de insetos polinizadores.
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Colheita do milho
E a incidência de chuva generalizada em todo o estado foi fundamental para o desenvolvimento das lavouras de milho, apesar de ter provocado a suspensão temporária das operações de colheita, que alcançou 25% no RS.
Os resultados continuam variáveis, e predominam produtividades abaixo da projeção inicial.
Os ventos no dia 16 ocasionaram danos de maior intensidade em algumas áreas, causando acamamento em lavouras.
O plantio progrediu minimamente, alcançando 97% da área projetada para esta safra.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a área de milho colhida atingiu 40%, mas o processo ocorreu em ritmo lento, em razão da elevada umidade no solo e da demora na perda de umidade dos grãos, decorrente dos grandes volumes de chuvas e dos dias nublados, que prevaleceram durante o período.
A produtividade ficou abaixo das expectativas iniciais, devido ao ataque de cigarrinha-do-milho e a bacterioses.
Arroz em fase vegetativa
As lavouras de arroz em geral não sofreram maiores impactos com o temporal que atingiu o estado no dia 16.
Há somente relatos de danos pontuais na estrutura de taipas de algumas lavouras em virtude da intensidade da precipitação.
A cultura se encontra em fase vegetativa e manifesta boa tolerância ao acamamento, condição que tende a modificar-se nas próximas semanas, em função do aumento das áreas em fase reprodutiva, quando a exposição a ventos fortes pode ocasionar danos significativos.
Porém, os rizicultores de lavouras em estágio de floração estão atentos às diminuições das temperaturas, adotando a estratégia de elevação da altura da lâmina de irrigação para aumentar a tolerância ao frio prejudicial – principalmente abaixo de 15°C.
Fonte: Emater/RS-Ascar