As exportações brasileiras de produtos do agronegócio seguem firmes neste ano.
Isso evidencia que a demanda externa pelos produtos nacionais se mantém aquecida.
Os preços pagos em dólar, contudo, continuam em queda.
Diante disso, o faturamento em dólar com os embarques do agronegócio registrou pequeno recuo no primeiro semestre.
É o que esclarecem pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex).
De janeiro a junho, o faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio somou US$ 82 bilhões.
No mesmo período, os preços médios caíram 5% frente aos da primeira metade de 2023.
Já o volume escoado cresceu 4,5%.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que a redução na produção brasileira de soja pode afetar os resultados do setor no acumulado do ano, colocando maior desafio na busca por superar o valor obtido em 2023.
Além disso, ainda há redução nos preços da maioria dos produtos exportados pelo Brasil, o que também afeta o resultado do faturamento.
China leva um terço
A China se mantém como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, adquirindo aproximadamente um terço de tudo que o setor exporta.
Os produtos mais demandados pelos chineses são a soja em grão, carne bovina in natura, a celulose e a carne suína.
Os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação nas compras dos produtos brasileiros, assim como a Índia, Egito, México e Turquia.
Segundo semestre
Apesar da leve queda no valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre, os embarques continuam em alta, o que mostra a boa demanda externa pelos produtos brasileiros.
No entanto, a menor colheita de soja, principal produto de exportação, deve limitar o crescimento dos embarques desse produto e tornar mais desafiador superar o recorde obtido no faturamento em 2023.
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Soma-se a esse desafio o comportamento dos preços externos (em dólar), que seguem em queda.
Por outro lado, os embarques de algodão, açúcar, carne bovina in natura e café podem continuar em alta.
Além disso, o câmbio desvalorizado tem mantido os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, e a normalização da oferta mundial tem contribuído para uma desaceleração na queda dos valores internacionais.
Fonte: Cepea/Esalq