Os protestos de fazendeiros avançam pela Europa e, agora, é a vez de Portugal, onde os produtores estão fechando as fronteiras do país com a Espanha, interrompendo o fluxo de estradas com seus tratores e prometendo invadir a capital, Lisboa, na semana que vem. As manifestações por lá tiveram início hoje (1º) há algumas horas.
Protestos como esse tem sido recorrentes por toda a Europa nas últimas semanas, conforme noticiado aqui, instalando-se em países como a Alemanha, a França, a Romênia, a Itália, a Polônia e, agora, também a Bélgica. Os fazendeiros de cada uma dessas nações tem razões próprias para protestar, mas o que os une é o combate às imposições da União Europeia (UE), que fere a soberania dos países, impondo regras comuns a todos eles, especialmente ligadas à suposta causa “climática”.
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Não obstante as razões a nível de UE, em Portugal o estopim para as manifestações se deu após o governo tornar público que faria um corte de 35% nos subsídios ao agro. Em resposta, porém, às movimentações para que se começassem manifestações similares às que têm se espalhado por toda a Europa, a ministra da agricultura de Portugal, Maria do Ceu Antunes, anunciou um pacote de auxílio emergencial cotado em 500 milhões de euros (aprox. 2,7 bilhões de reais na cotação de hoje) para o agronegócio e que inclui uma redução de 55% no imposto sobre o diesel agrícola, além de destinar 120 milhões de euros dessa verba ao financiamento da agricultura orgânica e das plantações mistas. Isso, no entanto, não foi suficiente para aplacar a ira dos produtores, que dizem não confiar na ministra por conta da forma como ela conduziu a sua pasta ao longo dos últimos quatro anos. Assim sendo, conforme relatado no começo da matéria, estão fechando fronteiras e interferindo no tráfego de estradas do país.
Portugal terá eleições legislativas no próximo dia 10 de março.