A Expointer, de 24 de agosto a 1º de setembro, em Esteio/RS, será uma grande vitrine para pequenos produtores do Rio Grande do Sul fazerem boas vendas de seus produtos industrializados no Pavilhão da Agricultura Familiar e, sobretudo, encaminharem negociações futuras.
É o que avalia o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag RS), Carlos Joel da Silva, em entrevista exclusiva ao programa A Granja na TV, da Ulbra TV, nesta terça-feira, 20.
Silva descreve que esta edição vai abrigar um grupo de “produtores e criadores desanimados” pelos sucessivos problemas climáticos, secas em três anos consecutivos e a recente enchente história, que comprometeu demais o sistema produtivo da agropecuária gaúcha.
“Perderam bastante. Não conseguiram ainda resolver os problemas das suas dívidas. Eles estão apreensivos com a situação”, releva.
E nesta Expointer, apesar de sempre ser um momento importante para a agropecuária, os agricultores não vão fazer aquisições como nos últimos anos.
“Eles vão estar receosos com as compras”, destaca.
Euforia nas agroindústrias
“Por outro lado, temos as agroindústrias familiares que estão eufóricas, com vontade que a Expointer chegue logo, porque é um espaço ímpar para eles, a principal vitrine no estado”, acrescenta.
O dirigente destaca que houve aumento do número de expositores para 413, dos quais 216 são comandados pelas mulheres, 125 por jovens e 73 são estreantes na feira. “Estão com a expectativa enorme de vir, de vender”.
Mais sobre a feira em Expointer: oportunidade para o contato direto com o consumidor e de negócios no pós-feira
“Estes agricultores estão felizes e muito otimistas pela Expointer e, com certeza, (a feira) vai alavancar neste tempo de bastante perdas para eles, um tempo animador, um recomeço. E a Expointer é esta vitrine, este local de vendas e vendas futuras”, acrescenta.
Abertura de caminhos
O dirigente destaca que, além das vendas nesses dias de evento, a Expointer ainda abre caminhos para as agroindústrias para vendas futuras a outros mercados, pois as empresas negociam durante a feira.
“Após a feira os agricultores conseguem fazer bastante negócios. É um espaço importantíssimo que vai abrir um fôlego para estas agroindústrias, principalmente para estas novas, que é importantíssimo começarem numa feira importante como a Expointer. Abrirem seus espaços, botarem seus produtos na vitrine, e que isso abre caminho para as vendas”, ressalta.
Afinal, atacadistas e fornecedores de matéria-prima mantêm contatos com os agricultores.
“Então é um espaço de mão dupla. O agricultor está aí para oferecer o seu produto, mas também chegam empresas de embalagens, empresas com máquinas para que eles possam olhar e também efetuar as suas compras e melhorar ainda mais a qualidade do produto, a quantidade, fazer escala. É importantíssimo”, esclarece.
“E isso, sem dúvida nenhuma, traz um brilho todo especial para a feira. O Pavilhão da Agricultura Familiar é sempre um dos mais visitados. As pessoas vêm na feira para comprar produtos da nossa agricultura familiar”.
Novas tecnologias e genéticas
Independente do atual poder de aquisição do produtor familiar momentaneamente estar comprometido, Silva alerta que a feira é a oportunidade para a apresentação de novas técnicas e tecnologias aos familiares.
“Mesmo que ele não vá comprar neste momento, mas é importante ele vir e conhecer. Buscar este aprendizado. Às vezes não precisa nem comprar, mas numa palestra, conhecer o produto, ele já vai estar se qualificando e melhorando a sua atividade na ponta”, sugere.
Evento para debates com lideranças
Silva ainda lembra que a Expointer possibilita a realização de eventos, como um fórum sobre mudanças climáticas, além de contatos com lideranças políticas e de entidades “para mostrar a importância da agricultura e pecuária do RS para o mundo e Brasil”.
“E a gente tem que aproveitar este debate para fazer a mudança, a discussão sobre tudo isso que aconteceu no Rio Grande do Sul, pelas dificuldades que estamos vendo pela questão de clima intenso que temos aí: um ano de seca, outro ano de seca, terceiro ano de seca, o quarto com enchente, esta catástrofe que veio”, entende.
“Então é o momento ideal para a gente debater, discutir e também apontar caminhos para o nosso Rio Grande do Sul, especialmente aos nossos agricultores e agricultoras do estado”.
Veja a entrevista completa no link abaixo. Assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, na Ulbra TV, diariamente às 17h30min e com reprise às 7h30min do dia seguinte